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Depois de 48 dias em greve, vigilantes voltam ao trabalho

Vice-presidente do sindicato diz que a greve não estava surtindo efeito, beneficiando empresários

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Em assembleia realizada nesta terça-feira (10), os vigilantes do Rio decidiram acabar com a greve que já durava 48 dias. Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Vigilantes do Rio (Sindvig), Antônio Carlos de Oliveira, a manutenção da greve era do interesse apenas do sistema bancário e não surtia efeito como forma de pressão. 

>>Vigilantes esperam decisão do TRT e bancos atendem de forma arbitrária

"Não tínhamos como avançar com a greve. O Tribunal [Regional do Trabalho] ainda  não marcou a audiência e o processo nem sequer chegou para a desembargadora, que seria a relatora. O outro problema é que como a greve se concentrou nas agências bancárias, os bancos demonstraram que estavam satisfeitos com a greve. As pessoas estavam cada vez mais usando os correspondentes bancários, como farmácias e lotéricas, desviando um público que o banco realmente não quer atender. O principal instrumento de luta do trabalhador, com o banco e as empresas de vigilância, não estava atingindo o objetivo", disse. 

Os vigilantes aceitaram a proposta do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Rio (Sindesp), de reajuste de 8%, passando o piso para R$ 1.066,00, tíquete refeição para R$ 13,00. A categoria queria reajuste de 10%, além de R$ 20 de tíquete refeição. Os grevistas conseguiram a garantia de não serem descontados pelos dias parados, tanto o salário quanto os benefícios. Eles também acordaram para a não punição aos grevistas, tendo a garantia de emprego por 90 (noventa) dias. 

Os grevistas também incluíram no acordo a cláusula de reabertura das negociações no mês de setembro. Para os vigilantes que trabalharão na segurança do Maracanã nos jogos da Copa do Mundo, foi conseguido o que o sindicato pedia á empresa Sunset: R$ 15,00 por hora de trabalho, R$ 14,00 a título de alimentação e R$ 6,00 a título de transporte.

Para Antônio Carlos, a greve, apesar de não conseguir exatamente o que os vigilantes pediam, foi importante. "O saldo é positivo por conta da mobilização da categoria, essa é a maior conquista: a disposição de luta. E não é porque temos o fim da greve que desistimos. A luta continua", completa. 

  

*Do programa de Estágio do Jornal do Brasil