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Direito da UERJ lança documentário para comemorar os 80 anos da instituição

“Do Velho Casarão ao Congo: uma história de resistência” será lançado dia 04 de outubro

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Apesar da crise do estado, a UERJ resiste, sim. Uma das provas dessa resistência é a Faculdade de Direito que, mesmo com toda a dificuldade vivida nos últimos tempos, se mantém ativa, forte, produtiva.  E, para celebrar seus 80 anos, completados em 2015, lançará, no dia 04 de outubro, às 20h, no Cine Odeon, um documentário sobre sua história.

Produzido pelo Comitê Direito 80, o documentário “Do Velho Casarão ao Congo: uma história de resistência” tem direção de Caio Bucker, roteiro de Marcos Maia, finalização de Alexandre Mandarino, direção de fotografia de Pedro Brandão e trilha sonora de Frederico Eça e André Sanches.

O documentário é um dos produtos culturais que compõem o “Projeto Direito UERJ 80”, que tem como objetivo resgatar a memória da faculdade que, desde a sua fundação, primou pela pluralidade, diversidade, democracia e inclusão. Além do documentário, serão lançados um almanaque e uma exposição sobre os 80 anos da faculdade.

O “Projeto Direito UERJ 80” é uma parceria da Faculdade de Direito da UERJ com a Associação Cultural e de Pesquisa Noel Rosa, com apoio do Ministério da Cultura, através da Lei Rouanet.

A ideia do projeto nasceu ainda em 2013. A intenção era lançar o documentário em 2015, quando então a faculdade completaria seus 80 anos. Mas, devido às dificuldades enfrentadas pela universidade, o projeto sofreu atrasos.

A Faculdade de Direito da UERJ

Em janeiro de 1935, foi fundada a Faculdade de Direito do Rio de Janeiro (hoje Faculdade de Direito da UERJ). Entre seus mais de 20 fundadores, figuram nomes como Alcides Bezerra, Roberto Lyra, Homero Pires, Ary Franco, Edgard Sanches e Luiz Carpenter.

A intenção do grupo, ao fundar uma nova faculdade de Direito, era contribuir para resolver um problema que se repetia já há algum tempo: muitos candidatos, apesar de aprovados no vestibular, não conseguiam se matricular na Faculdade Nacional de Direito por causa do pequeno número de vagas disponíveis. Outra grande motivação dos fundadores era, com essa nova faculdade, investir em um centro de ensino livre, uma escola mais moderna, mais plural, democrática e que primasse pela excelência acadêmica. Tanto que foi a primeira instituição na cidade a oferecer curso noturno.

Ao longo desse tempo, a Faculdade passou por três diferentes sedes: primeiro, funcionou no prédio da antiga Associação Cristã de Moços, no Castelo. De 1943 a 1975, o Casarão da Rua do Catete foi sua segunda sede. Em 1976, passou a funcionar no Campus Maracanã, onde está até hoje.  

Excelência Acadêmica

Mesmo com o cenário de crise e falta de recursos, a Faculdade de Direito da UERJ aparece muito bem avaliada no ranking do Guia do Estudante 2016/2017. Está entre os nove cursos da universidade que obtiveram a pontuação máxima, correspondente a cinco estrelas. Foi bem cotada, também, no critério que avalia os melhores cursos de Direito na Região Sudeste: dos 385 avaliados, está entre os 14 que ganharam cinco estrelas.

Entre seus ex-alunos, figuram nomes de peso na área jurídica e política, como por exemplo: Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Ricardo-Cesar Pereira Lira, Célio Borja, Vivaldo Barbosa, Wadih Damous, Marcelo Calero, Otávio Leite, entre outros.

Por seu corpo docente, já passaram nomes como Afonso Arinos de Melo Franco (escritor, membro da ABL, deputado, senador, ex-ministro das Relações Exteriores); Joaquim Barbosa (ex-ministro do STF e ex-professor de Direito Administrativo); Célio Borja (ministro STF e da Justiça); Ary Franco (ministro do STF), entre outros.

Na área cultural, alguns nomes também se formaram nesta instituição, embora não tenham se dedicado à carreira jurídica: o cantor e compositor Geraldo Vandré; o maestro João Roberto Kelly, o “rei das marchinhas”; e o compositor Paulo Sérgio Valle são alguns exemplos.

Sistema de Cotas

A UERJ foi a primeira instituição do país a ter um sistema de cotas para ingresso em seus cursos de graduação. Foi, portanto, a pioneira no país a aplicar políticas afirmativas nesse sentido. No início, houve grande resistência dentro e fora da universidade. Hoje, apesar de eventuais críticas, os resultados em números falam por si e são bastante favoráveis.

Em 2005, porém, um fato marcou bastante os alunos da UERJ. Durante os Jogos Jurídicos - um torneio esportivo da qual participam faculdades de Direito de todo o país -, torcidas adversárias começaram a se referir aos atletas da equipe UERJ como sendo “o Congo” devido à diversidade étnica dos alunos da UERJ. Eles decidem assumir o colorido e, desde então, o país africano se tornou uma espécie de ícone de autoafirmação. “Sim, a UERJ é o Congo”, dizia o grito de guerra de seus atletas durante a competição.