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Rocinha: polícia identifica 43 envolvidos em confrontos 

PF negocia rendição do traficante Rogério 157

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A Polícia Civil identificou 43 pessoas que participaram do confronto que já ocorre há 9 dias na Rocinha, Zona Sul do Rio. O delegado Antônio Ricardo, titular da 11ª DP (Rocinha), recomendou às famílias dos suspeitos que negociem a rendição deles.

Mais uma operação ocorre na Rocinha nesta segunda-feira (25). Estão sem funcionamento 16 unidades que atendem a 4.794 estudantes. Por volta das 10h30, agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) entraram em confronto com bandidos na localidade conhecida como Vila Verde. 

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Apesar disso, o ministro da Defesa Raul Jungmann afirmou em entrevista na manhã desta segunda à rádio CBN que houve "estabilização" na comunidade desde domingo (24), terceiro dia da operação conjunta entre Forças Armadas e a polícia do estado.

“Há uma estabilização de ontem para cá da situação dentro da comunidade da Rocinha e os tiroteios reportados não são mais entre traficantes, mas entre polícia e os bandidos”, disse Jungmann em entrevista à CBN.

A Polícia Militar postou um aviso sobre a ação na Vila Verde em seu perfil no Twitter. A corporação informou que também há uma operação em andamento no Morro do Turano, no Rio Comprido, na Zona Norte, onde estão as equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Segundo a PM, criminosos envolvidos no confronto da Rocinha teria se refugiado no Turano. 

Na Zona Oeste, equipes do 14º BPM (Bangu) fazem uma operação na Vila Vintém, em Padre Miguel. Suspeito de ser um dos mandantes da invasão na Rocinha, o chefe do tráfico na Vila, Celso Luiz Rodrigues, teve a prisão decretada. Celsinho, como é conhecido, está preso há 15 anos, após ser condenado a mais de 30 por crimes como tráfico de drogas, homicídio, corrupção, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver.

Em entrevista coletiva realizada no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) no sábado (23), representantes do estado e do governo federal afirmaram que as forças de segurança atuarão na favela por tempo indeterminado. Eles também pediram ajuda dos moradores para identificar e encontrar os envolvidos no confronto.

"Eles [os moradores] são as pessoas que podem nos ajudar a limpar por um longo tempo a comunidade", declarou o general Mauro Sinott, comandante da 1ª Divisão de Exército.

Rogério 157

O traficante Rogério 157 é apontado como o pivô da guerra iniciada no dia 17 de setembro. Imagens que circulam as redes sociais mostram o interior da casa do criminoso no alto da Rocinha, descoberta por policiais federais. O imóvel luxuoso despertou a atenção das autoridades.

A Polícia Federal entrou em negociação com familiares do traficante para que ele se entregue. A negociação para que ele se renda é conduzida pelo chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal, delegado Carlos Eduardo Tomé. 

"Nós recebemos o contato de familiares dele, tentando negociar uma possível rendição desse traficante. Se ele não se entregar ou não for preso, certamente ele vai acabar sendo morto em confronto, porque ele está com um grupo de traficantes fortemente armado", explicou o delegado.

O Disque Denúncia aumentou de R$ 30 para R$ 50 mil o valor da recompensa para quem ajudar a localizar Rogério. As investigações da Polícia Civil indicam que ele havia deixado a Rocinha durante a semana, mas teria voltado na madrugada deste sábado (23). Desde o início dos confrontos, o Disque Denúncia recebeu 135 informes sobre o paradeiro de criminosos. Apenas nesta segunda-feira, foram 30. 

Balanço das operações

Segundo balanço feito pela Secretaria de Segurança Pública do Rio, entre a sexta-feira (22) até este domingo (24), foram registrados 3 mortos, 16 presos e 22 fuzis apreendidos na favela da Zona Sul.