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Por questão de segurança, Garotinho não ficará na cadeia onde está Cabral, diz advogado

Ex-governador, preso nesta manhã, foi encaminhado quartel do Corpo de Bombeiros do Humaitá

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O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PR) foi levado, na tarde desta quarta-feira (22), para o quartel do Corpo de Bombeiros do Humaitá, na Zona Sul do Rio, depois de ter sido preso e submetido a exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal. A informação inicial era de que ele seria encaminhado para a cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, mas, segundo seu advogado, Carlos Azeredo, Garotinho foi encaminhado para o quartel para manter a sua "integridade física."

Em Benfica também estão presos o ex-governador Sérgio Cabral, o presidente afastado da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro Jorge Picciani, e os deputados Paulo Melo e Edson Albertassi, esses quatro do PMDB.

"Quem determinou que ele ficasse aqui no quartel foi o delegado. Foi uma medida que ele verificou do risco que Garotinho poderia correr indo para o presídio onde Sérgio Cabral está e a quadrilha do PMDB. Uma questão de respeitar a integridade física dele", afirmou Carlos Azeredo. Garotinho e sua mulher, Rosinha Garotinho, foram presos na manhã desta quarta-feira (22).

Em nota divulgada por sua assessoria nesta quarta-feira, Garotinho afirmou que ele atribui a operação que o prendeu nesta manhã "a mais um capítulo da perseguição que vem sofrendo desde que denunciou o esquema do governo Cabral na Assembleia Legislativa e as irregularidades praticadas pelo desembargador Luiz Zveiter."

Na nota, a assessoria destaca que ele "foi alertado por um agente penitenciário a respeito de uma reunião entre Sergio Cabral e Jorge Picciani, durante a primeira prisão do deputado em Benfica. Na ocasião, o presidente da Alerj teria afirmado que iria dar um tiro na cara de Garotinho."

Prisão

A Polícia Federal prendeu preventivamente, na manhã desta quarta-feira (22), os ex-governadores do Estado do Rio de Janeiro Anthony e Rosinha Garotinho. De acordo com a PF, a operação desta quarta-feira cumpre nove mandados de prisão e  dez mandados de busca e Apreensão expedidos pelo Juízo Eleitoral de Campos dos Goytacazes. A ação apura os crimes de corrupção, concussão, participação em organização criminosa e falsidade na prestação das contas eleitorais. Cerca de 50 policiais federais participam da operação nos municípios do Rio de Janeiro, Campos e São Paulo. 

De acordo com a PF, durante as investigações, a polícia e o Ministério Público Estadual identificaram elementos que apontam que a empresa do ramo de carnes, JBS, teria firmado contrato fraudulento com uma empresa sediada em Macaé (RJ) para prestação de serviços na área de informática. Suspeita-se que os serviços não eram efetivamente prestados e que o contrato, de aproximadamente R$ 3 milhões, serviria apenas para o repasse irregular de valores para utilização nas campanhas eleitorais.

Ainda segundo a PF, outros empresários também informaram que o ex-governador cobrava propina nas licitações da prefeitura de Campos, exigindo o pagamento para que os contratos fossem honrados pelo poder público daquele município. O ex-secretário municipal Suledil Bernardio também foi preso.

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