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É pai? Tem que participar

Prefeitura promove ações para incentivar maior envolvimento dos pais no dia a dia

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Levar e buscar no colégio, ajudar a fazer as lições escolares, levar para tomar vacina, e dedicar alguns minutinhos do dia para conversar com os filhos. Estes são alguns itens que não podem faltar na lista dos afazeres dos pais modernos, segundo psicólogos ouvidos pelo JORNAL DO BRASIL. 

Para incentivar uma maior participação paterna desde a gravidez, a Prefeitura do Rio está promovendo, durante todo o mês de agosto, em centros de saúde de toda a cidade, atividades para aproximar os pais da vida dos pequenos. Entre as ações estão cafés da manhã e rodas de conversa com os papais; palestras sobre a relevância do aleitamento; futebol com lanche para pais e filhos; oficina de valores paternos com atividade interativa com pais adolescentes; e até ensaios fotográficos para famílias, estimulando a amamentação. 

A iniciativa foi elogiada pela psicóloga Marlene Nasser. “Com a mãe, a relação é muito simbiótica, criada ainda na gestação. Mas, com o pai, a coisa é diferente. O pai só se torna pai, de fato, se adotar emocionalmente seu filho. Isso inclui participar ativamente de seu cotidiano, desde seu nascimento. Ouvi-lo no dia a dia, para conhecê-lo, e se deixar conhecer por ele. Hoje, os pais, mesmo separados das mães, têm participado mais da vida dos filhos do que participavam antigamente. Já tivemos um avanço”, aponta a especialista.

Segundo a psicóloga clínica e especialista em terapia de família Vanesca Medeiros, a figura de um pai presente aumenta a autoestima e a segurança dos filhos. 

“Antes, a presença do pai na família era atribuída ao fato de ele ser o provedor da casa. Hoje em dia, a mulher também é provedora e a presença paterna está diretamente atrelada à construção da identidade do sujeito. A figura paterna também está diretamente relacionada à autoridade usada para orientações seguras gerando confiança e independência nos filhos”, destaca.

No Hospital Maternidade Carmela Dutra, no Méier, a prefeitura mantém, há dez anos, o Espaço H, destinado à reunião de companheiros de gestantes ali atendidas.

À frente da iniciativa, o enfermeiro  Marcio Ferreira é o responsável por telefonar para os “casais grávidos” convidando os papais para participar das rodas de conversa que acontecem mensalmente na unidade. 

“A nossa abordagem é no sentido de atrair os pais, num primeiro momento, a participar do pré-natal. Mas a maioria que não participa alega que não consegue ser liberado do trabalho”, conta Ferreira. “Mas a participação do pai é fundamental, não apenas por conta dos laços afetivos, mas também porque é nesse momento que pedimos aos pais para fazer uma bateria de exames, como os que detectam sífilis e o vírus HIV. Não cuidamos só da mãe e do bebê”, diz. Apesar da utilidade da iniciativa, os encontros reúnem no máximo 18 pais, enquanto a maternidade realiza 500 partos mensais.