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Futurologia

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Na semana que passou, a noticia mais importante foi a continuação da investigação da podridão que rola no serviço de ônibus terceirizado que de há muito já deveria ter  sido reformulado, em benefício dos usuários e da moral pública. Não vou perder nem o meu, nem o seu tempo, caro leitor, mais uma vez analisando o assunto que depende da coragem política e sinceridade de propósitos de quem cabe corrigi-lo. Vamos tratar de tema mais agradável, talvez de ficção científica o qual irei aborda-lo,  a fim de satisfazer a minha vaidade profissional, sem nenhuma modéstia. Já dizia o filósofo: “Modéstia em excesso é orgulho reprimido.”

Fui surpreendido na sala de espera de um banco, folheando uma revista, talvez, a de maior circulação na grande mídia, por uma matéria muito bem pesquisada, de autêntica futurologia, em que analisa o futuro do trânsito onde circularão carros elétricos, sem motoristas, permitindo aos seus ocupantes fazer o que quiserem durante a viagem, inclusive dormir. A matéria ignora a circulação dos carros, mesmo em ruas locais e coletoras,  onde existe sempre a circulação dos indisciplinados pedestres e, por causa disto, o CTB impõe severas restrições de limite de velocidade, 30 km para primeira e 40 km, para a última.

A matéria cita os equipamentos necessários para substituir a vista humana, equipando os automóveis com uma série de caros equipamentos que o façam enxergar os riscos ou as restrições normais do tráfego, como radar a laser, GPS ou mapas em HD, unidade de medição  inercial (IMU), câmeras (mais de dez em cada carro) e radar com ondas magnéticas .Pelo visto, o preço e a manutenção desta nova perigosa maravilha será astronômico.

Agora vejam o que este estudioso “tupiniquim” escreveu na sua coluna semanal no Jornal da Brasil, na sua edição de 9 de janeiro de 1974, com o título: “Carro elétrico, tudo elétrico”: Imaginemos todas as vias principais de uma cidade com suas pistas de rolamento sinalizadas; as pistas de rolamento delimitadas com pintura de faixas; as travessia de pedestres também pintadas; os semáforos comandados por computadores que regulassem as diversas situações de prioridade de passagem. No meio de cada faixa de rolamento demarcada, uma espécie de trilho estilizado, onde os carros elétricos fariam contato, recebendo alimentação, uma vez posicionados nas faixas. Todos os caminhos com desvios, paradas, acostamentos, como se fosse um autorama gigantesco. Nos cruzamentos mais importantes, ou próximo deles, placares eletrônicos informativos  sobre logradouros a serem acessados, condições de estacionamento, etc.

Você ligava o  seu carro elétrico na sua garagem, dirigia-o utilizando a sua bateria até o próximo cruzamento com uma via dotada com esta fonte alimentação oriunda deste trilho especial. Um sistema eletrônico de detecção faria diminuir ou parar a alimentação principal do fluxo circulante, conforme o caso, a fim de que você pudesse ser inserido na via a que se destina, esta com alimentação pelo trilho. No momento em você entrar no sistema, o seu carro passa a receber alimentação externa, na velocidade compatível com a do fluxo de tráfego. Você basta regular o seu dispositivo de alerta para o ponto em que deseja sair do trilho, ocasião em que um sinal sonoro o alerta e religa o comando da bateria na mesma velocidade em que você estava andando. Durante a viagem, sob o comando central do tráfego alimentado pelo sistema, você poderá ler, dormir, conversar, escrever, terá a certeza de não ser acidentado e  estará aproveitando ao máximo a capacidade de rolamento das vias da cidade.

Nada de ruído, nada de excesso de velocidade, nada de acidentes e ar puro, sem descarga de gases tóxicos.

Os veículos a gasolina, que certamente existirão por algum tempo, poderiam rodar nas autoestradas e nas cidades, em pistas especiais que os levaria às estradas. Com o tempo o uso da gasolina seria abandonado e os carros seriam híbridos, sendo que o sistema dirigido com o conforto do carro andando sozinho irá se impondo para ser o único nos meados do século XXI, com a vantagem insuperável de não se precisar de Diretor de Trânsito...

Aí está, meus amigos, a minha previsão, digna de Júlio Verne, num sistema seguro e com carros muito mais simples e mais baratos.

Como dizem os jovens: Valeu!