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É surpreendente

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É surpreendente ver como muitos indivíduos aceitam sua própria realidade como fato consumado. Partem da ideia de que não há outra finalidade que a de passar a vida sem maiores contratempos. Como descobrir o que se encontra sob a superfície, e reconhecer a essência da realidade que nos cerca? 

O espírito crítico nos permite julgar se uma mudança vai no bom sentido, não somente para nós, mas para a coletividade, que nos obriga a aceitar determinadas normas e impor determinados valores.

O ser humano é duplo: enquanto o ser biológico é impelido por desejos, paixões e necessidades, o ser social só pode alcançar uma satisfação pessoal se moderar suas pulsões e respeitar os valores que nele ressoam e constituem sua individualidade. “O individualismo”, disse Durkheim, “é um fenômeno que não começa em lugar nenhum, mas que se desenvolve, sem interrupção, ao longo da história.”

Os valores que constatamos hoje numa sociedade em rede não podem ser inteiramente explicados pelo fato de que acarretariam consequências consideradas boas, como pretende o utilitarismo. Quando realizamos ou deixamos de realizar uma ação porque ela acarreta resultados bons ou ruins, de fato tendemos a considerar que somente a racionalidade instrumental seria claramente concebível.  

Quando se trata de valores políticos, os mais jovens desejariam que os políticos respeitassem tanto as preocupações como as demandas dos cidadãos - as manifestações de junho de 2013 são prova disso. 

* Engenheiro