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Finalmente, uma esperança

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Finalmente, mais por causa de dificuldades na agenda do representante da empresa Valid, detentora da exclusividade de explorar  e implantar o sistema URV, conseguimos, na terça-feira que passou, a entrevista com o secretário Fernando MacDowell, que se fez acompanhar do representante da CET- Rio, engenheiro André Ormond.

Desnecessário será dizer que a reunião transcorreu em alto nível técnico, onde o engenheiro Jairo Lima discorreu sobre o que significa a Valid, no cenário nacional e internacional. Daí a justiça em lhe haver concedido a exclusividade do projeto. Não entramos a fundo na parte técnica, por ainda não ser o momento, mas o importante é que fomos ouvidos com atenção e foi mantido um alto nível profissional, mercê da competência dos envolvidos.

O importante é que ficou esclarecido que não se trata da criação de um pedágio urbano, mas de duas “taxas”, uma elevada (cem reais/dia) com o propósito de eliminar, dentro da filosofia do uso racionado das vias, os carros que somente transportam o seu condutor (cerca de 96% nos horários de pico), desperdício inaceitável dada a falta de espaço disponível. E a segunda,”taxa de uso racionado”, de preço baixíssimo (50 reais/mês), isentando os carros devidamente identificados, cujos motoristas pratiquem o transporte solidário, com outros donos de carros.

Para sermos fiel à filosofia recomendada na década de 30 no século passado, pelo lendário diretor de trânsito de Londres Sir Alker Tripp, de que não se deve usar apenas as medidas restritivas, quando se pode também utilizar medidas construtivas, existirão elevados prêmios, em dinheiro, semanalmente sorteados, para os motoristas que pratiquem o URV, proporcionais ao número de motoristas de cada grupo, como incentivo a que maior seja o número de componentes de cada carro compartilhado, proporcionado a possibilidade de uma redução de carros, nas horas de pico, de cerca de 80%.

Fiz questão de enfatizar que a aceitação da implantação do sistema, que respeita os princípios que devem balizar um projeto de engenharia de tráfego, o social, ambiental e o emprego dos princípios de engenharia, infelizmente não depende dos técnicos, mas da decisão política do prefeito, que tem a última palavra. Esclareci que o número de motoristas solitários, cujos automóveis ocupam cerca de 80% das vias trafegáveis, nas horas de pico, é muito menor do que os 70% da população do Rio que utiliza os ônibus, e que serão beneficiados com o sistema URV, na medida em que a “taxa de uso racionado” é capaz de tornar gratuito o transporte por ônibus, e permitirá também modificar o atual sistema de concessão de transporte por ônibus, totalmente desmoralizado, afastando o risco do desgaste político face ao apoio da maioria da população, ou seja, os eleitores.

Durante esta semana que passou, recebi honroso convite do Clube de Engenharia para a palestra do secretário Fernando MacDowell, tendo como tema a mobilidade urbana, a ser realizada no próximo dia 18, no auditório do Clube dos Engenheiros. Espero que o meu amigo MacDowell considere o tema indiscutível do uso racionado das vias, o URV, como solução única, em curto prazo, para o tema a ser abordado. Que assim seja.