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O Hacking.Rio aconteceu no último fim de semana e foi um daqueles eventos carregados de diversas lições. Maior iniciativa desse tipo na América Latina, representou um pacto pela Cidade do Rio de Janeiro e contou com números expressivos. Foram mais de 700 hackers, 190 mentores, mais de 300 profissionais na organização e 5.500 fatias de pizza. Tive a oportunidade de ser um dos mentores da talentosa equipe vencedora, que saiu do grupo de iniciativas do setor de educação. O grupo trabalhou no desafio lançado pela Fundação Getulio Vargas, que buscava encontrar uma solução para medir o desempenho de alunos sem utilizar os métodos tradicionais. 

O time formado por Letícia Moreira, Daniela Leite, Laurence Pereira, Pamela Peixinho e Phillipe Moreira criou o FocaAí, uma solução que usa reconhecimento facial para medir o engajamento de quem está fazendo um curso à distância. O objetivo é que o professor utilize as informações geradas por um algoritmo para realizar ações que aumentem o aprendizado da turma. Conversei com Letícia, que me falou: “Nos sentimos representando o público feminino, minoria na área de tecnologia. No nosso time havia quatro mulheres e um homem que usou uma camisa escrito ‘Code Like a Girl’, apoiando a causa”. Ela complementou me contando que o time está aprimorando a ferramenta a partir do que foi desenvolvido durante as 48 horas do evento. “Iremos utilizar os prêmios para capacitar a equipe e assim nos tornar uma startup”, finalizou a hacker.

O que vi no evento foi um Rio empreendedor que ainda respira. Gente por todos os lados, tecnologia, negócios, discussões propositivas e a certeza de que somos capazes de reagir. O Hacking.Rio hackeou tudo. Foi um verdadeiro show.

e-sports

O mercado de video games segue quente. Equipes estão oferecendo bônus por contratos, grandes salários e moradia para atrair adolescentes e jovens de vinte e poucos anos. Mais uma vez, vemos carreiras que eram inimagináveis há apenas uma geração surgirem e se espalharem pelo mundo. Algumas certamente irão desaparecer tão rapidamente quanto apareceram. Outras vão se tornar onipresentes. É impossível saber para onde vão, mas monitorar esses mercados faz com que fique um pouco mais fácil entender o que vai acontecer com a próxima geração. Nesse ritmo, a indústria de e-sports já passa de US$ 1,5 bilhão. 

Da Lua

Algumas empresas de tecnologia parecem escolher seus comandantes da mesma forma que são escolhidos os papas. Uns mais orientados aos fiéis e outros à liturgia. Steve Jobs olhava para dentro. Dizia que os usuários não sabiam o que queriam e que se perguntassem para um adulto, no início do século 20, qual o seu desejo em termos de mobilidade, ele diria: “cavalos mais rápidos”. Tim Cook olhou para o mercado e fez uma aposta na margem, em vez do volume. Continua transformando a Apple numa empresa de serviços, que lucra pesado com iTunes e Apple Store, suas plataformas e talvez a maior revolução entregue da empresa ao mercado. 

O modelo de atração de executivos e parceiros através da participação acionária na empresa, bastante comum em empresas americanas, funcionou bem nesse caso. Os cinco maiores acionais individuais da companhia são funcionários ou ex-funcionários da empresa. Arthur Levinson, presidente do conselho; Tim Cook, CEO; Craig Federighi, VP de Engenharia de Software; Jeffrey Willians, chefe de Operações; e Bruce Sewell, VP de Segurança Global devem estar rindo à toa. 

Ter fechado a semana acima do patamar de 1 trilhão mostrou uma capacidade de sustentação que alguns analistas duvidavam que a gigante teria. Agora, é preciso observar os próximos passos da empresa para ver o que vai acontecer quando o sol raiar na segunda, depois da lua do fim de semana.’