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Allez les Bleus

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BELO HORIZONTE - A França, merecidamente, é, pela segunda vez, campeã do mundo. Quando a Croácia era melhor, a França fez dois gols ocasionais, de bolas paradas. Um, após uma falta que não existiu. O outro, como disse Maurício Noriega, do SporTV, foi por meio de um pênalti corretamente marcado, mas em uma regra equivocada. 

O acaso também entrou em campo. O terceiro gol foi magistral, pelo passe inicial de Pogba, uma chicotada com o lado esquerdo do pé, da intermediária da França, pela habilidade e velocidade de Mbappé, pela ajeitada de Griezmann e pela finalização perfeita de Pogba, da entrada da área. 

Pogba deu uma aula, nesse lance, de como deve jogar um meio-campista, principalmente para os brasileiros, que só pensam no camisa 10, no meia driblador e veloz. Os grandes meio-campistas, que jogam de uma intermediária à outra, são fundamentais, a principal deficiência do Brasil.

A França, apesar de Giroud, é campeã, principalmente, por ter cinco jogadores que estão entre os melhores do mundo em suas posições (Varane, Pogba, Kanté, Mbappé e Griezmann). É a união de um jogo coletivo, pragmático, com a qualidade individual. Não é apenas um craque que ganha um título mundial. São vários. 

Mbappé é o craque revelação. Não sei em quem eu votaria como melhor da Copa, incluindo Mbappé. Muitos foram brilhantes. Se Neymar bobear, um deles fura a fila e se torna o herdeiro de Cristiano Ronaldo e Messi. 

As críticas a Neymar, que já existiam desde o início de sua carreira, explodiram e se tornaram chacotas e piadas mundiais. Ele é o responsável por isso. 

Há um exagero, um prazer em derrubar uma celebridade e, principalmente, um aviso, de que o futebol não tolera os cai-cai e os simuladores. Ele terá de mudar para salvar a carreira. Para isso, precisa da ajuda de profissionais e não de bajuladores. 

O futebol não deveria tolerar também os marcadores violentos, que adoram intimidar, provocar e induzir os grandes jogadores a serem expulsos. 

O comportamento de Neymar, que no início da carreira era feito de gestos teatrais, para levar vantagem, frequente na sociedade brasileira, se tornou automático. 

Por isso, receio que ele, mesmo se tiver vontade de mudar, se iniba e deixe de driblar e de procurar o confronto individual. Não quero que ele seja um cai-cai, um simulador, nem um jogador comum, previsível.