CINEMA

Indielisboa celebra sua 20ª edição

Brasil marca presença na competição internacional

Por MYRNA SILVEIRA BRANDÃO
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Publicado em 15/04/2023 às 19:44

Alterado em 15/04/2023 às 19:46

"É Noite na América" (2022) Ana Vaz

A organização do festival Indielisboa anunciou a programação completa da edição 2023, que acontece de 27 de abril a 7 de maio. Serão exibidos mais de 300 filmes em várias salas da cidade de Lisboa.

A abertura será com “Something you said last night”, de Luis De Filippis, sobre um personagem trans em que o enredo está mais focado em relações humanas e familiares, com as quais todos podem se identificar, e menos nas questões traumáticas em torno da identidade.

“The adults”, novo filme de Dustin Guy Defa, é o título de encerramento. Protagonizado por Michael Cera e no gênero que oscila entre o drama e a comédia, o filme segue três irmãos desiludidos com o idealismo da juventude e o cinismo da vida adulta.

Na competição internacional – uma das mais importantes do festival – serão exibidos 12 longas-metragens.

Entre eles o documentário “É noite na América” (Itália / Brasil / França), dirigido pela brasiliense Ana Vaz. O filme aborda uma questão importante: se os animais estão invadindo as cidades, ou somos nós que ocupamos o habitat deles.

Os filmes da diretora já participaram de vários festivais mundo afora, como Berlim, Nova York, Toronto, Cinéma du Réel e no próprio IndieLisboa.

Outro destaque com nossas cores é “Vermelho bruto”, da também brasiliense Amanda Devulsky. A história segue quatro mulheres (Jô, Eunice, Alessa e Fabiana) que ainda eram adolescentes quando se tornaram mães, durante a redemocratização do Brasil, na década e 1985-1995.

O trabalho de Devulsky já foi igualmente exibido em vários festivais nacionais e internacionais, entre eles o Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira, em Portugal.

Além dos citados, há outros títulos que são aguardados com expectativa, entre os quais:

– “After”, de Anthony Lapia, filme em tom realista, que segue as interações ocorridas numa festa de música eletrônica, envolvendo danças e drogas.

– “Rodeo”, de Lola Quivoron, centrado em pequenos grupos que vivem à margem da sociedade. A realizadora foca seu filme em Júlia, que encontra uma válvula de escape em sua paixão por motos e pelo mundo dos rodeos urbanos.

– “Samsara”, de Lois Patiño, um filme com forte viés onírico, sobre um adolescente budista que todos os dias lê passagens do Livro Tibetano dos Mortos para uma idosa.

Na competição nacional, com 6 longas-metragens, 3 médias e 16 curtas, um título a destacar é “Mal viver, viver mal”, de João Canijo, que foi lançado no Festival de Berlim em fevereiro. O filme é a história de uma família gerindo um hotel decadente na costa norte de Portugal.

Vale também citar “Índia”, de Telmo Churro, focado na relação entre três gerações de homens e Karen, uma melancólica turista brasileira. Eles estão juntos numa jornada entre sonhos, glórias perdidas e catástrofes.

Em Sessões Especiais um dos mais aguardados é o documentário “Orlando, ma biographie politique, de Paul B. Preciado”, também exibido na última edição da Berlinale.

Foco Silvestre, outra mostra que sempre gera expectativas, programou para esta edição filmes de autores como António Campos, Harun Farocki, Ben Russell e o consagrado Manoel de Oliveira.

 

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL DE LONGAS-METRAGENS

“After”, de Anthony Lapia
“Amiko”, de Morii Yusuke
“Le barrage”, de Ali Cherri
“É noite na América”, de Ana Vaz
“Misión a Marte”, de Amat Vallmajor Del Pozo
“Rodeo”, de Lola Quivoron
“Safe place”, de Juraj Lerotic
“Samsar”a, de Lois Patiño
“Sobre las nubes”, de María Aparicio
“Something you said last night”, de Luis De Filippis
“Vermelho bruto”, de Amanda Devulsky
“Outro sol”, de Francisco Rodriguez Teare

 

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