Cidades Inteligentes

Por Ricardo Salles

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CIDADES INTELIGENTES

Estamos nos preparando para o novo mundo?

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Publicado em 08/06/2021 às 09:47

Alterado em 08/06/2021 às 09:47

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Transição no modus vivendi nos leva a mudanças de nossas construções, instalações, equipamentos, dos sistemas inteligentes, isto só será possível com a parceria do legislativo e executivo.

Vemos hoje o mundo com outros olhos, somos mais responsáveis com relação à nossa saúde, a de nossas famílias e amigos e também mais atentos às questões que envolvem o meio ambiente. As questões ambientais estão intrinsecamente relacionadas à nossa qualidade de vida, e devemos entender como podemos somar nesta construção que é coletiva.

Precisamos de energia, energia de qualidade com estabilidade no fornecimento. Energia produzida de forma ambientalmente adequada, ou seja, de fontes renováveis. O consumo deve ser da mesma forma responsável, os equipamentos devem ser eficientes, e para tal o ambiente deve favorecer a esta eficiência.

Nossas construções devem considerar o menor impacto ambiental, favorecer a conservação de energia. Quando estradas são construídas, deve se considerar o tipo de piso que permita não só uma perfeita aderência para os veículos, mas também um rodar mais suave, favorecendo menor consumo energético. Nossas ferrovias devem buscar caminhos menos íngremes e curvas mais suaves.

Macaque in the trees
Asfalto e concreto, dentro do possível, e em muitos casos é possível, devem ser substituídos por gramados, chão de terra batida (Foto: Ricardo Salles)

As edificações, sejam elas comerciais, industriais ou mesmo residenciais, devem ser projetadas dentro dos mesmos critérios, com materiais ambientalmente adequados, mas acima de tudo favorecendo este novo modus vivendi, onde por exemplo as casas devem ter uma cobertura que favoreça a instalação de painéis fotovoltaicos virados a norte (onde há o melhor aproveitamento), na inclinação adequada a cada região. As paredes e coberturas destas casas devem conservar energia no frio, e a construção deve viabilizar a troca de calor no verão, permitido a diminuição do uso de ar-condicionado.

Macaque in the trees
Casa ambientalmente adequada, luz e controle natural de temperatura (Foto: Ricardo Salles)

As instalações devem ser igualmente racionais e ambientalmente adequadas, nossa indústria deve ter políticas de governança que incentivem suas engenharias a darem um passo a mais para a perfeita simbiose entre a produção e a sociedade local. Emissões de particulados no ar ou mesmo poluentes nos rios e no lençol freático devem ser mitigadas pela indústria, mesmo antes de serem pressionadas pelas fiscalizações. O comércio, preocupado em melhor atender seus clientes, deve tomar providências na manutenção da qualidade do ar interno. A rede de saúde deve alcançar o cidadão, prevenindo que ele recorra a uma hospitalização, a exemplo do que vemos na Suécia.

A iluminação interna das construções deve ser considerada como um fator, não só de bem-estar, mas também de uso racional de energia. Na questão do bem-estar, a quantidade e qualidade de iluminação são reguladas por normas da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. Aqui o equilíbrio é extremamente importante, pois em um país tropical como o Brasil, mais luz externa entrando nos ambientes significa mais calor. Existem muitas tecnologias, tanto de sistemas de iluminação, quanto de vidros e películas que contribuem com esses projetos.

Macaque in the trees
Iluminação na indústria (Foto: Ricardo Salles)

O nível de ruído e as áreas verdes e arborizadas das cidades estão interligados. Elementos mais rígidos são potencialmente reverberadores de ruídos e o oposto absorve. Asfalto e concreto, dentro do possível, e em muitos casos é possível, devem ser substituídos por gramados, chão de terra batida, paredes verdes, áreas arborizadas e com copas frondosas, além de arbustos mais densos. As áreas verdes não são importantes só pela redução da pegada de carbono, mas também por sua contribuição na redução no nível de ruído.

Macaque in the trees
Áreas arborizadas absorvendo não o CO2, mas ruídos também (Foto: Ricardo Salles)

As regras de uma cidade são definidas pelas vontades da sociedade e transformadas em leis e códigos de obra pelo Poder Legislativo, em consonância com o Poder Executivo. São estas as regras que dão a direção para tudo que acontece.

Se queremos cidades inteligentes, precisamos conversar com quem nos representa nestes poderes. Precisamos nos organizar em representações de classe, associações comerciais (procure a sua), ou mesmo de associações de moradores e mostrar nossas aspirações e necessidades, para que esses trabalhem, fazendo com que as cidades se adequem a este novo modus vivendi.

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