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A proeza do futebol tricolor

Para um clube em estado crítico, onde a insolvência financeira se alia à instabilidade política, levando o presidente a tomar a iniciativa de encurtar o próprio mandato, o Fluminense até que vai conseguindo uma proeza, quase um milagre, no seu departamento de futebol: montar um time bem melhor que a sua precária situação atual.

As chegadas de Paulo Henrique Ganso, Allan e Caio Henrique aliadas às boas contratações iniciais de Luciano, Yony González e Everaldo (que não jogou ontem), vão permitindo ao técnico Fernando Diniz (outra boa sacada) forjar uma equipe que se não chega a ser empolgante tem se mostrando, no mínimo, insinuante e agradável de se ver jogar.

É verdade que, em sua maioria, os adversários enfrentados até agora não permitem uma avaliação mais rigorosa - o carioquinha e as fases iniciais da Copa do Brasil e da Sul-Americana, convenhamos, não chegam a ser grandes testes. Mas ainda assim dá pra dizer que, até o momento, a realidade vem superando a expectativa com folga.

Com a volta de Pedro e a possível contratação de Nenê, Diniz passará a ter ainda mais opções, além da garotada de Xerém, que sempre dá importante contribuição (vide Marquinhos Calazans e Marcos Paulo). Neste cenário, é possível sonhar com grandes voos? Num futebol nivelado por baixo, como o nosso, e em competições de "mata-mata", por que não?

Se o Fluminense conseguir manter os salários razoavelmente em dia (este é o grande desafio), me parece que, pelo menos, não deverá ser assombrado este ano pelo fantasma do rebaixamento. A partir daí o que vier é lucro.

Passes preciosos

Paulo Henrique Ganso voltou a mostrar evolução e foi o melhor jogador do Flu na vitória sobre a Cabofriense, por 2 a 1. Continua a se movimentar pouco para o ritmo vertiginoso do futebol atual, mas seus passes são cada vez mais precisos e, ontem, deixaram seus companheiros em várias situações boas para marcar - foi dele, inclusive, o passe para o segundo gol, marcado por Luciano.

Correr muito mais do que se tem visto, Ganso não correrá. Mas para isso lá estão Aírton, Allan, Caio Henrique (que dessa vez entrou como lateral-esquerdo) e Dodi (que substituiu Everaldo). Se continuar evoluindo nos passes preciosos, Ganso dará ao tricolor exatamente o que dele se espera: o toque de classe, capaz de desequilibrar o jogo e abrir até defesas aparentemente inexpugnáveis.

Ou vai ou racha

Se o Botafogo não derrotar o Madureira, hoje, dará adeus às já reduzidas chances de lutar pelo título estadual. Sua única possibilidade de chegar às semifinais do torneio é vencer a Taça Rio. E para que isso aconteça, antes de mais nada, tem de ganhar os quatro jogos que lhe restam e ainda torcer contra a Cabofriense e o Bangu. Dureza. Mas se voltar a jogar o futebol que mostrou na grande vitória contra o Defensa y Justicia, na Argentina, em jogo da Sul-Americana, quem sabe?

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