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Incentivos destruíram o Brasil, o Rio pode se salvar?

Evandro Guimarães ( [email protected] )

O Ministro da Economia não cansa de avisar, todos que vêm até Brasília querem benesses, querem vantagens, dinheiro! O Brasil não aguenta! Entre nós, o Estado do Rio já sucumbiu. Foram concedidos tantos benefícios fiscais quanto ao ICMS, principal item da arrecadação estadual, que geraram o visível desastre na segurança pública, na saúde, na educação.

Será que os fluminenses sabem que o shampoo que compram paga menos impostos? Cabelo limpo, bonito e... tiroteio no bairro. Tem graça? Sabem que confecções, refrigerantes, automóveis etc não pagam os impostos que poderiam servir como reforço de armas, equipamentos e inteligência para a polícia?

Será que o cidadão não tem direito a saber quem está incentivado, pagando menos ICMS enquanto a insegurança da família frente à onda de assaltos, roubo de cargas, arrastões são fatos corriqueiros?

Será que o novo governador está completamente informado de que em estado de guerra seria legítimo e muito aplaudido se essas concessões fossem provisoriamente interrompidas para reequipamento das polícias? Será que podemos contar com alguém na Assembleia que defenda mais dinheiro para a segurança?

Parece que não. Essa caixa preta não se abre. As empresas beneficiadas só pensam em lucros e a qualquer ameaça à perda de vantagens retrucam que sairão do estado. Quem terá coragem para superar esse impasse e pagar a aposta? O novo governador teria todo apoio da população se tomasse uma medida de fortalecimento do sistema de segurança. Só não entendemos a razão pela qual isso não prospera...Faltam mais vítimas? Quantas?

O produtor de leite ignorado.

Esses últimos dias assistimos a uma mobilização de produtores sentindo-se ameaçados pela decadência de tarifas contra dumping, específicas para Europa e Nova Zelândia. Não cabe aqui dizer se a queda das tarifas é poderosa ameaça à desorganização da cadeia produtiva no Brasil - não temos elementos suficientes.

Mas, sabemos que o simbolismo dessa reação revela que os produtores de leite (mais de um milhão em todo Brasil) depositaram expectativas de que o novo governo já haveria entendido os sofrimentos dos produtores ao longo dos últimos anos. Assim, estão impacientes, mesmo!

A questão da produção do leite é tratada de maneira quase desprezível há muitos anos. Isso não tem nada a ver com as principais marcas de diferentes produtos lácteos que sua família encontra nos supermercados. Nem tem a ver com sorvetes, chocolates, biscoitos, alguns tipos de massa etc que utilizam leite nas suas respectivas composições.

Não se trata de indústrias de processamento. O escandaloso descaso com políticas públicas para o produtor primário, o cidadão que sofre com variações de preços, de chuva, que trabalha todos os dias do ano é um descaso que está agora sempre às vésperas da gota d'água, digo, da gota de leite derramado.

Milhões de pessoas que trabalham duro e produzem, querem agora atenção, muita atenção.

Um bom sinal .

 

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