Saúde & Alimentação

Por Wilson Rondó Júnior

SAÚDE E ALIMENTAÇÃO

Afinal, o estresse aumenta seu apetite?

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Publicado em 20/03/2023 às 07:00

Alterado em 20/03/2023 às 10:53

Talvez você tenha ouvido de algumas pessoas que o estresse as faz comer demais. E isso tem como consequência o sobrepeso, a obesidade e as doenças relacionadas a ela. Mas será que o estresse do nosso dia a dia pode aumentar o nosso apetite pelas comidas erradas?

Para responder a essa pergunta, pesquisadores da Johns Hopkins Medicine, nos EUA, foram direto ao ponto: fizeram testes com alguns voluntários que, primeiro, passavam por uma avaliação de estresse. Depois, eram submetidos a uma ressonância magnética funcional, que avaliava a reação do seu cérebro quando eles viam num quadro negro os nomes de alimentos saborosos (além de serem instruídos a pensarem no cheiro e no sabor das guloseimas).

Também foi perguntado se eles queriam comer os alimentos, e se achavam que deveriam ou não comê-los, para ver como abordavam a tomada de decisão sobre a comida. Um detalhe importante: esses participantes eram divididos entre magros e obesos, para checar se havia uma resposta diferente em seus cérebros.

 

O que o estudo mostrou

Resumindo o dado mais importante: sim, o estresse tinha uma influência real não apenas no apetite, mas também na área do cérebro que controla o desejo de recompensa – no caso, de comer os alimentos pouco saudáveis. Conforme explica a Dra. Susan Carnell, professora associada de psiquiatria e ciências comportamentais da Universidade Johns Hopkins:

“Os experimentos mostraram que adultos obesos e magros diferem um pouco em suas respostas cerebrais, com adultos obesos mostrando menos ativação de regiões de controle cognitivo para palavras de alimentos, especialmente para alimentos de alto teor calórico, como, por exemplo, queijo grelhado”.

Além disso, os testes mostraram que as pessoas magras levavam vantagem mesmo com níveis mais altos de estresse. Eles tinham menor ativação do córtex pré-frontal dorsolateral, uma área cerebral chave para o controle cognitivo.

 

Cuidando do seu estresse

Bom, agora que já sabemos que de fato o estresse pode ser um fator que aumenta o seu desejo por alimentos menos saudáveis (e te deixa com menos controle na hora de escolher o que comer), uma coisa é certa...

Precisamos diminuir o estresse! E existem várias formas de fazer isso:

 

Meditação

Várias pesquisas mostram que essas técnicas reduzem bastante o estresse. Em uma delas, pessoas que meditaram por 6 meses tiveram uma diminuição de 25% nos níveis de estresse!

Contato com a natureza

Estudos já mostraram que apenas os odores naturais das plantas (o famoso “cheirinho de mato”) podem já reduzir seu estresse. O segredo são os óleos essenciais, naturalmente expelidos nesses ambientes. Até mesmo o simples uso de espaços e muros verdes na cidade foi associado ao relaxamento.

 

Alimentação natural

Em um estudo, os participantes que comiam pelo menos 470 g de vegetais por dia (frutas, verduras e legumes) eram cerca de 10% menos estressados do que os que comiam menos de 230 g.

 

Atividade física

Quando você se exercita não está apenas cuidando do corpo. Sua mente é beneficiada pela liberação de hormônios que reduzem o estresse. Portanto, cuide do seu estresse e da sua alimentação para ter uma Supersaúde!

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Referências bibliográficas:

•PLOS ONE, 2022; 17 (9): e0271915

•Psychosomatic Medicine, 2021; 83 (8): 894

•Landscape and Urban Planning, 2021; 213: 104127

•Clinical Nutrition, 2021; 40 (5): 2860

•Being surrounded by green space in childhood may improve mental health of adults. Eurekalert.org. 25 feb. 2019


Dr. Wilson Rondó Jr.
CRM RJ 52-0110159-5
Cirurgião Vascular de formação e Nutrólogo
Registro nº 058357

 

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