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Os 35

ANDRÉ MICELI ( [email protected] )

Na última semana, o MIT Technology Review divulgou a lista anual Innovators Under 35, que reúne 35 nomes que estão usando seus conhecimentos para resolver questões contemporâneas das mais diferentes áreas.

Além de colocar seus trabalhos em evidência, o Innovators Under 35 reconhece a maturidade, o olhar diferenciado e a evolução de pesquisa desses jovens – o que ajuda na captação de recursos para sua manutenção. Todos os selecionados têm menos de 35 anos e foram homenageados na EmTech Week, semana dedicada a tecnologias emergentes.

No campo da inteligência artificial (IA), um dos destaques foi a iraniana Azalia Mirhoseini. A pesquisadora do Google Brain criou um algoritmo para que as IAs possam criar seus próprios chips, aumentando sua eficiência. Hoje, os chips utilizados por elas são reaproveitados de vídeos e jogos, consumindo mais recursos. No processo proposto por Mirhoseini, o resultado pode ser visto em poucas horas, além de ser mais barato, ter um tamanho mais apropriado e otimizar gastos de energia. É um dos primeiros passos para que, no futuro, já possamos ver robôs que constroem outros.

Já na área de biomedicina, o espanhol César de La Fuente foi reconhecido por seu trabalho contra a resistência a antibióticos – problema de saúde pública mundial que se agravará nos próximos anos. O pesquisador da University of Pennsylvania se baseou nos estudos de Charles Darwin para, via computador, customizar esses medicamentos. As doses personalizadas reduziriam o tempo de recuperação de cada paciente e também a tendência de mutação das bactérias. A técnica também pode ser adaptada para otimizar tratamentos para doenças crônicas, como a diabetes.

Ainda no campo das ciências médicas e personalização, outro destaque foi o americano Marc Lajoie. Criador da startup Lyell Immunopharma, o cientista criou uma técnica para otimizar o tratamento com leucócitos (chamados de células T), muito utilizado em casos de câncer. A partir de um mapeamento genético de cada organismo, Lajoie conseguiu “reprogramar” as células T para atingirem apenas os antígenos cancerígenos. Além de aumentar as variações da doença que podem ser tratadas, a novidade reduz os efeitos colaterais da terapia – que costumam ser bastante agressivos para os pacientes.

Todos esses destaques e projetos mostram o quanto essa geração está se valendo dos avanços tecnológicos para promover ações que impactarão a sociedade como um todo. É uma nova safra de profissionais que utilizam seu talento, criatividade e visão de negócio para melhorar o que está ao redor, mesmo antes de completar 35 anos.

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