‘Daisy Jones & The Six’: série sobre banda fictícia fez tanto sucesso, que resultou em disco e terá shows
Antigamente, os anúncios nos cartazes de filmes diziam: ‘leia o livro e veja o filme’. Os tempos mudaram e, hoje em dia, poderia ser: ‘leia o livro e veja a minissérie no streaming’. Este é o caso de ‘Daisy Jones & The Six’ (Prime Video), minissérie em dez capítulos, baseada em livro homônimo de Taylor Jenkis Reid sobre fictícia banda de rock americana dos anos 1970, que, como tantas outras da época, vai tentar a sorte em Los Angeles. A princípio, obtém sucesso mediano. Contudo, quando a talentosa Daisy Jones (Riley Keough, radiante) entra para a banda (por sugestão de um produtor), tudo muda. Para melhor. O que provoca um conflito de egos com o então líder da banda, Billy Dunne (Sam Claflin) e a esperta moça.
A partir daí desenrola-se a trama, que é visivelmente calcada na notória banda Fleetwood Mac. Não há como olhar para Daisy e não ver a cantora do Mac, Stevie Nicks. Bem como o estilo musical deles, melodioso e com letras pessoais. E o autor não esconde as influências. Ele teve a ideia de escrever o livro enquanto assistia ao concerto ‘The Dance’, do Fleetwood Mac, em 1997. Foi o primeiro concerto da banda depois que Lindsey Buckingham, o vocalista/guitarrista e ex-namorado da vocalista Nicks, deixou a banda, em 1987. O concerto foi cheio de tensão e olhares entre Nicks e Buckingham (ela, mais tarde, admitiu através de suas canções que os dois se reconectaram romanticamente durante este tempo). E isso vemos o tempo todo na série, nos olhares trocados entre Daisy e Billy.
Para dar mais veracidade ao que é mostrado, antes do início das filmagens, o elenco fez um minishow caracterizado como a banda fictícia, para uma multidão desavisada do fato, para que entrassem nos personagens. Todos tiveram que melhorar seus dotes vocais e aprender ou aperfeiçoar o que sabiam de tocar instrumentos musicais. Riley Keough, por exemplo, teve que fazer treinamento vocal para poder cantar (e mandou bem). Com isso, antes do lançamento da série, a banda lançou um álbum completo, ‘Aurora’, nos serviços de streaming de música. O sucesso foi tanto (e o disco é realmente bom), que estão planejando fazer uma turnê pelos EUA, no verão 2023.
A talentosa Riley Keough (atualmente, mais conhecida como a neta do Elvis, filha da recém-falecida Lisa Marie Presley, e que está num imbróglio sobre a herança da família) fez o teste para o papel de Daisy Jones cantando uma música do Fleetwood Mac, já que ela sabia que Daisy é baseada em Stevie Nicks. E disse que, sua mãe, Lisa Marie (que chegou a ter uma carreira de cantora nos anos 90, e foi casada, por breve tempo, com Nicolas Cage!), inspirou sua performance como Daisy.
Já Sam Claflin, trabalhou com um treinador de movimento para capturar o jeito e a presença de palco de Lindsey. E o guarda-roupa da tecladista Karen Sirko (Suki Waterhouse) foi inspirado no de Christine McVie (tecladista do Mac, recém falecida) e nas cantoras Suzi Quatro e Chrissie Hynde (dos Pretenders).
Com isso, ‘Daisy Jones & The Six’ se tornou a primeira banda fictícia a liderar as paradas do iTunes com o lançamento de seu álbum ‘Aurora’. O disco foi direto para o número 1 da parada. E para ficar tudo mais na vibe realística, os atores filmaram e gravaram as músicas para a série no Sound City, que é onde o Fleetwood Mac gravou o seu primeiro álbum com Buckingham e Nicks (a banda teve uma formação anterior, na Inglaterra, com integrantes diferentes). Os títulos dos episódios são nomes de músicas de rock clássico. Enquanto a história do livro é contada no estilo do programa ‘VH1 Behind the Music’, a série é feita em estilo documental, com os integrantes da banda, 20 anos no futuro (já nos 90s), falando para um entrevistador.
Kim Gordon (ex-baixista da banda de rock Sonic Youth) é a consultora da série, e deu dicas de como agir como integrante de uma banda e como se apresentar no palco, sobretudo para as meninas (ela já escreveu livro que fala disso, em parte).
Tudo isso dá a ‘Daisy Jones & The Six’ um senso de realidade que poucas vezes vimos em séries musicais. A única coisa que deixa um pouco a desejar é que os personagens são um bocado certinhos e comportados demais, para serem roqueiros dos anos 70, apesar de Daisy ser adepta de anfetaminas e cocaína. É quase uma versão limpinha de como eram os rockstars daquela época. Reflexo dos dias atuais. Já que vivemos um tempo onde a caretice e o conservadorismo reinam.
STREAMINGS+
*A MTV está exibindo as seis temporadas da série ‘Teen Wolf’. Os episódios já estão rolando, de segunda a sexta-feira, às 19h10. Para entrar no universo da alcateia, vale conferir no Paramount+: o filme original ‘Teen Wolf: the movie’ e a série original ‘Wolf Pack.
*A partir de 7 de abril, o Lionsgate+ traz a nova temporada da série inglesa ‘The Capture’. Com seis episódios, a segunda temporada vai mais uma vez questionar se podemos realmente acreditar no que vemos, apresentando assassinos 'invisíveis', o assustador crescimento da tecnologia deepfake, a tensão cada vez maior entre o governo e as grandes empresas de tecnologia. Tema altamente atual.
*Duas gerações de mulheres imigrantes que têm em comum a mesma origem, a Bolívia, são tema de episódio inédito da série ‘Passaporte Feminino’, que vem sendo exibida no canal Lifetime.
*O Canal Brasil exibe em sua programação o filme inédito ‘Diário de Viagem’, de Paula Kim. Com Manoela Aliperti, Eucir de Souza, Virginia Cavendish no elenco, o longa conta a saga de uma jovem paulistana que vai para um intercâmbio forçada pelos pais. O filme é uma ficção inspirada na vivência da roteirista e diretora Paula Kim com o transtorno alimentar. Foi exibido no Festival do Rio de 2021.
*Estreia hoje, na plataforma MUBI, ‘Please baby, please’. O drama musical de Amanda Kramer é um lançamento exclusivo da MUBI. Para comemorar, acontece nesta sexta, no foyer do Estação NET Rio, uma festa de lançamento com os DJs Educastello, Pamela Belli e show do Casa de Cosmos. Todos que assistirem ao filme no Estação poderão entrar gratuitamente na festa. Basta apresentar o ingresso.
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*Toda sexta-feira, às 22h, este felino comanda o programa ‘Na Cova do Leão’, na rádio Roquette-Pinto, com trilhas de filmes e streamings.
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