POLÍTICA

Após criticar banqueiros, Bolsonaro defende governo na Febraban, ataca urnas e PT

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Por POLÍTICA JB com Agência Estado
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Publicado em 08/08/2022 às 15:00

Alterado em 08/08/2022 às 16:29

Eduardo Gayer - Em discurso semelhante ao de suas lives nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro defendeu o governo e atacou o PT, seu principal adversário nas eleições deste ano, em evento com banqueiros na Febraban em São Paulo nesta segunda-feira (8). Também manteve a ofensiva sobre as urnas eletrônicas. O encontro vem após uma série de críticas de Bolsonaro a banqueiros, que supostamente teriam assinado manifestos pela democracia em reação à criação do Pix.

“Alguém recontrataria empregado que roubou sua empresa no passado? Acho que não”, afirmou o presidente no evento em referência ao candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, líder nas pesquisas de intenção de voto. "Alguns acham que o canalha que estava preso vai voltar para não continuar o que estava fazendo”, acrescentou.

Bolsonaro voltou a citar com temor a ascensão da esquerda no Chile e na Colômbia e a trazer à tona a crise econômica na Argentina para implantar medo de vitória do PT nas eleições. “Como banqueiros estão se sentindo na Argentina neste momento? A gente tem que viver em harmonia, somos adultos e sabemos o que está acontecendo”, seguiu o chefe do Executivo, que voltou a lembrar o represamento de preços de energia e a corrupção na Petrobras ao longo dos governos petistas. A ofensiva de seu governo sobre a estatal e as denúncias de irregularidades no Ministério da Educação ficaram de fora do discurso.

Para defender o governo, Bolsonaro destacou a criação do Auxílio Emergencial, do BEm e do Pronampe. Prometeu não dar canetada na Petrobras, garantiu que seu ministério é de pessoas “quase santas”, “com raras exceções”, e descartou a utilização do BNDES para “financiar ditaduras”. “Ninguém precisa experimentar o que não deu certo lá atrás”, avaliou, em nova referência a Lula, ex-presidente do Brasil.

“Guedes não é uma personalidade forte, ele quer fazer valer o que ele aprendeu ao longo da vida toda, inclusive no Chile, na economia, para poder implementar sua política. E o pessoal não quer isso, quer continuar como sempre foi”, afirmou o presidente, sobre uma suposta resistência da classe política em 2019, a seu governo, que se aliou ao Centrão. “Me chamem de qualquer coisa, até de incompetente. Agora, tenho caráter. Minha vida é vasculhada 24 horas por dia e não se acha nada”.

Bolsonaro ainda voltou a dizer que deseja “transparência” nas eleições. O governo cobra apuração paralela dos votos feita pelas Forças Armadas e aplica uma ofensiva sem provas contra a lisura do sistema eleitoral brasileiro.

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