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O dono da 'Dona da Banca'

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Leandro Souto Maior, Agência JB

RIO - O cantor e compositor Aleh é dono de um estilo que mistura o groove de James Brown ao balanço do samba carioca. Ele ficou mais conhecido por seu grande sucesso, a música "Dona da Banca", da abertura do seriado "A Diarista" da Rede Globo. A música foi gravada também por Daniela Mercury e pelo Eletrosamba, tendo sido responsável pela projeção do grupo. Além de estar preparando seu segundo CD, Aleh está envolvido em diversos projetos, como Liberdade e Expressão , que leva música, literatura e consciência através da arte para os presídios.

JB Online: Como aconteceu o sucesso de "Dona da Banca" e como ela foi parar na abertura da série da Globo?

Aleh: Essa música é antiga, foi feita em 1994 por mim e pelo meu parceiro Robson Pacífico. O sucesso dela veio de baixo para cima, bem naturalmente. Eu tocava Dona da Banca nos meus shows, depois o Eletrosamba começou a tocar também, e um dia a música chamou a atenção da Daniela Mercury. Dona da Banca não era um sucesso em rádios, mas parecia que todo mundo já conhecia. Vários DJs começaram a tocar ela na noite, até que um dia, por pura sorte mesmo, alguém lá dentro da Globo achou que a música era a cara da personagem da série "A Diarista", que iria estrear. Eu particularmente nem acho que "A Dona da Banca" é a cara da "Diarista". É uma música de auto-estima para a mulher brasileira em geral. É para levantar a moral, por isso que a mulherada gosta tanto e curte. É uma música que tem a cara do Rio.

JB Online: E agora, depois do sucesso da música, você está produzindo um novo CD?

Aleh: Agora quero somar minha imagem à minha música, privilegiando as apresentações ao vivo. Tenho um site onde as pessoas podem conferir um pouco do meu trabalho, que é o www.alehsoul.com.br. Mas meu próximo CD vai vir junto com um DVD, o que vai propiciar outras formas de levar minha arte às pessoas e as pessoas conhecerem minha imagem. Já estou na fase final de produção. A canção e o swing brasileiro continuam sendo os eixos principais do meu trabalho, mas sem rótulos, sem me prender a um estilo. Hoje em dia não acredito que exista mais essa onda de segmenteção. As pessoas querem ter acesso a todo tipo de informação.

JB Online: Que outros projetos você tem integrado?

Aleh: Tenho feito muitas coisas. Toco no grupo Garrafieira, que promove uma revitalização da música brasileira e ganhou o Prêmio Tim de melhor grupo de MPB. Participo também do projeto Batucadas Brasileiras - Orquestra de Percussão Robertinho Silva, e também da Caravana Liberdade e Expressão, junto do músico Rafael Kalil, do rapper B Negão e outros músicos. Este trabalho promove uma turnê por presídios, levando música e literatura ao cárcere. Ouço muita gente argumentar que quem está preso é irrecuperável, o que é um paradoxo, já que na verdade o objetivo de estar lá é a recuperação.Os presos estão elogiando muito nosso trabalho. Já visitamos seis presídios este ano e

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