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Itaú empresta menos, mas lucra R$ 6,4 bilhões no 1º trimestre

Retorno do maior banco privado do país é de 22,2% sobre o patrimônio líquido

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O Itaú Unibanco, maior banco privado do país, divulgou ontem lucro líquido recorrente de R$ 6,419 bilhões no primeiro trimestre, com aumento de 3,93% frente aos  R$ 6,176 bilhões do mesmo período de 2017 e superando a inflação do período que foi de 2,68%. O retorno de 22,2% sobre o patrimônio liquido já incorpora o Citibank. Em relação ao último trimestre de 2017 o avanço foi de 2,21%. Repetindo o Bradesco, que lucrou R$ 5,1 bilhões e o Santander (R$ 2,8 bilhões), as aplicações do Itaú encolheram 0,6% em 12 meses. 

A queda nas operações às grandes empresas foi de 8,3%. O Itaú aproveitou para limpar  a inadimplência do banco de varejo no Brasil  e reduziu em  23,8% as provisões para devedores duvidosos, que caíram de R$ 5,392 bilhões, em março de 2017, a R$ 4,111 bilhões em março deste ano. Só no primeiro trimestre, a queda foi de 8,3%. 

Aproveitou a redução de 2,4% no custo da captação centrando operações mais rentáveis em pessoas físicas (+6% de crédito), enquanto as pequenas, micros e pequenas empresas tiveram oferta 5,2% maior. Nas pessoas físicas, que concentraram 42% dos créditos (39,8% em março de 2017), as maiores expansões foram em cartão de crédito (15,6%), crédito pessoal (4,2%) e o crédito imobiliário (4,3%). 

As duas primeiras operações têm os juros mais altos (ao lado do cheque especial) e estão interligadas desde abril de 2017, quando o Banco Central determinou que pelo menos 15% do saldo do cartão teria de ser pago à vista e os 85% renegociados no crédito pessoal. As operações com veículos encolheram 3,1% e o crédito consignado teve redução de 0,4%. 

O avanço sobre os clientes pessoas físicas vem acompanhado do aumento da renda das tarifas de serviços (8,7%, contra inflação de 2,68%), enquanto as rendas de operações financeiras aumentaram 8,9% no mesmo período. As maiores fontes de tarifas do Itaú são os cartões de crédito (segmento em que é lider no país), contas correntes e taxas de administração de fundos de renda fixa e multimercados e na gestão de ativos de grandes empresas e fundos de pensão. A fusão com a XP Investimentos (o Itaú tem 49%), mesmo obrigando o Itaú (por determinação do Cade), a manter a isenção de tarifa nas operações de clientes, acaba sendo um ganho. O tarifa zero atrai clientes dos demais bancos, ampliando o funding do Itaú.

Nas demonstrações financeiras via internet, percebe-se que a taxa de inadimplência no Brasil (atrasos acima de 90 dias) é mais do que o dobro das operações na América Latina. A inadimplência total no Brasil era de 4,2% em março de 2017, contra 1,3% na AL. Em março a inadimplência caiu para 3,7% no Brasil, mas subiu a 1,6% na AL. No Brasil, a inadimplência da pessoa física foi a 4,6% em março, contra 4,9% em dezembro. Na micro, pequena e média empresa, o indicador foi a 4,3%, contra 4,5%. Nas grandes empresas, o índice de calote piorou de 1,0% ao final de dezembro para 1,8% ao término de março. O Itaú destaca que o melhor desempenho desses dois públicos foi compensado pelo aumento em grandes empresas, devido à exposição a um cliente específico, que no trimestre anterior estava em atraso entre 15 e 90 dias e que já estava adequadamente provisionado.