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'Acusação de racismo é uma armação do Cruzeiro', diz Maxi López

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Jornal do Brasil

DA REDAÇÃO - Um dia após prestar depoimento numa delegacia em Belo Horizonte, o atacante argentino Maxi López, do Grêmio, acusado de racismo pelo volante Elicarlos, do Cruzeiro, disse que o episódio não passou de uma manobra do time mineiro. As duas equipes enfrentaram-se, na quarta-feira à noite, no Mineirão, na primeira partida das semifinais da Libertadores. O Cruzeiro venceu por 3 a 1.

Ao ser substituído, Elicarlos contou ter sido chamado de macaco pelo argentino, durante uma discussão em campo.

O Cruzeiro armou tudo isso, para criar um clima desfavorável para o jogo de volta disse o atacante, em Porto Alegre, após desembarcar com o Grêmio. Sou contra qualquer tipo de preconceito.

Maxi López ainda afirmou desconhecer a palavra macaco , que gerou a denúncia. Elicarlos não comentou o caso nesta quinta.

O lance aconteceu próximo ao círculo central, enquanto a bola estava no ataque cruzeirense. Maxi reclamou de uma entrada de Elicarlos sobre o meia Souza. Ao fim da partida, o jogador do Cruzeiro resolveu registrar o caso na delegacia, alegando ter sido chamado de macaco durante discussão com Maxi.

Os policiais intimaram Maxi a prestar depoimento. Todos os jogadores do clube gaúcho e o técnico Paulo Autuori que chegou a receber voz de prisão, por ter se exaltado foram à delegacia, mas, pouco depois, foram liberados.

Foi a primeira vez que entrei em uma delegacia disse Maxi.

O presidente do Cruzeiro, Zezé Perrela, respondeu, em nota oficial publicada no site do clube, as declarações do técnico Paulo Autuori. Assim como Maxi, Autuori acusou os dirigentes cruzeirenses de terem criado um clima de guerra.

- Se fosse nosso objetivo tirar proveito de uma barbaridade como essa, teríamos feito no intervalo do jogo, exigindo que o agressor fosse detido no vestiário - diz a nota.

O meia Wágner, do Cruzeiro, reagiu indignado. Jogador mais próximo dos personagens, o meia discutiu com Maxi e apontou seguidamente para o braço, fazendo clara referência ao tom de pele.

Todos nós erramos e temos que assumir. Ele veio para o Brasil e todo mundo o respeita. Não se pode falar da cor de ninguém afirmou Wágner. Ele o chamou de macaco sim.

A confusão deixa ainda mais acirrados os ânimos para o jogo de volta entre Grêmio e Cruzeiro, no dia 2, no Olímpico. Os mineiros podem perder até por um gol de diferença para avançar à final da competição continental.

Criou-se um clima e vamos ter que saber passar por isso disse o meia Wágner.