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CNC sedia seminário sobre a importância dos parques temáticos para o turismo

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O ministro do Turismo (MTur), Marx Beltrão, e o presidente da Associação Internacional de Parques de Diversões e Atrações e vice-presidente mundial da Walt Disney Company, Greg Hale, participaram do Seminário sobre a importância dos parques temáticos para o turismo, realizado na Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em Brasília, em 15 de agosto.

Promovido pelo Mtur com o apoio da CNC, o evento também contou com a participação do presidente do Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas (Sindepat), Alain Baldacci; do presidente da Frente Parlamentar do Turismo (Frentur), o deputado federal Herculano Passos (PSD/SP); e do presidente do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur), Alexandre Sampaio, presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) que representou a CNC, e avaliou como positiva a realização do seminário: “O evento é de suma importância para entender a potencialidade desse tipo de negócio, a fim de se tornar indutor de crescimento turístico e gerar emprego e renda”.

Com o auditório lotado, os debates a respeito da importância da manutenção dos atuais parques e resorts temáticos situados no Brasil e da criação de outros, atraindo investidores estrangeiros, despertaram especial interesse dos empresários do ramo. Especialmente porque os parques temáticos têm rendido milhões de dólares mundo afora, conforme mostrou em sua palestra o vice-presidente da Walt Disney Company, Greg Hale.

Segundo as autoridades presentes, a ideia do seminário é reunir esforços da União e de unidades representativas do setor, a fim de solucionar os principais gargalos e superar as dificuldades.

O interesse é fomentar a contínua discussão dos principais gargalos, do cenário internacional e das perspectivas do setor para o Brasil. Sendo assim, as palestras focaram em soluções para captação de mais visitantes e turistas nos parques de todo o Brasil.

O ministro do Turismo, Marx Beltrão, iniciou o evento falando sobre a importância do empresário do turismo conhecer os parques internacionais, “para que os nossos cresçam e recebam investimentos internacionais, para avançar economicamente e criar novos empregos”.

Preocupado com o avanço do Turismo no País, Beltrão ressaltou: “Nosso foco é justamente virar a página, avançando em todas as pautas municipalistas e concretizar o crescimento do turismo brasileiro”.

Quanto à lei geral do turismo, falou da modernização a ser trabalhada em pautas fundamentais para o crescimento do setor com competitividade internacional.

“Temos hoje cerca de 60 milhões de turistas viajando pelo Brasil e ainda há 70 milhões prontos para entrar nesse mercado. O fortalecimento do turismo doméstico, em suas múltiplas formas – negócios, ecológicos, esportivo, religioso e de diversão como os parques temáticos – é um caminho a ser explorado. Temos um grande potencial”.

O Secretário Executivo do CETur, Eraldo Alves da Cruz, afirma que o Brasil hoje tem poucos, porém excelentes parques – com ajuda do governo e da iniciativa privada -, e lembrou que onde eles se instalaram vingaram como verdadeiras âncoras para cada região. A exemplo: o Beto Carreiro World – em Santa Catarina; o Beach Park – em Fortaleza ; e o Hot Park – em Caldas Novas. “Todos vão às citadas regiões com o objetivo de conhecerem os parques temáticos”.

Segundo Eraldo, esse seminário, com a presença do vice-presidente da Walt Disney, propiciou discussões que alertaram aos governantes sobre as necessidades na criação e manutenção de um parque de diversões, para que as autoridades abram os caminhos com foco em investimentos em infraestrutura e acessibilidade no País.

“Se o Brasil flexibilizar as normas e reduzir impostos para que os empresários comprem os equipamentos, isso vai trazer um avanço para o país e o crescimento do turismo”, finalizou Eraldo.

Ajustes

Segundo o ministro Marx Beltrão, o foco do Ministério do Turismo é no trabalho para o mercado se desenvolver, gerar empregos e melhorar a economia do País.

“Um parque temático pode fomentar quase 60 mil novos empregos”, afirmou o ministro.

Para isso, o ministério tem uma agenda de diversas reformas para o setor, que envolve a liberação de 100% (cem por cento) do capital estrangeiro nas companhias aéreas nacionais – a fim de reduzir o preço das passagens - e o fim da exigência de vistos para americanos e chineses, além de desonerações tributárias.

A redução da burocracia (exigência de vistos), aumento da competitividade (com aéreas estrangeiras) e aumento de empregos com mais isenções tributárias é uma linha já traçada nesse governo.

Greg Hale disse que para sobreviver um parque temático precisa constantemente se renovar, para continuar a atrair os turistas. Quanto a isso, o ministro explica: “Para colocar novos brinquedos em um parque de diversões, o empresário brasileiro pensa duas vezes, porque sai muito caro. Os atuais poderão, contudo, crescer com menos impostos e, assim também, poderão ser criados novos.

Beltrão afirmou: “Temos hoje nove dos dez melhores parques do mundo. Mas temos que fazer alguns ajustes, e o fundamental é fazer investimentos. A infraestrutura é essencial. E para isso é preciso de investimentos, contudo poucas pessoas sabem que uma única montanha russa possa custar mais de 15 milhões de reais”.

O desenvolvimento dos parques temáticos no mundo

Presidente da Frente Parlamentar do Turismo o deputado Herculano Passos,falou da potência que são os parques intencionais e da importância deles para o desenvolvimento da cadeia de turismo em todo o País.

O desenvolvimento dos parques temáticos no mundo foi tema apresentado por Greg Hale.

A Associação Internacional de Parques de Diversões e Atrações (IAAPA), presidida por ele e estabelecida em 1918, é uma associação das maiores empresas do ramo, operando em todo o mundo no ramo da indústria de turismo de diversões.

“Tudo começou na Califórnia em 1940, quando Walt Disney teve essa visão sobre o que ele poderia fazer com desenhos. Abriu o parque em 1947. E em Orlando, a partir de 1960, construiu uma sequência de parques, o que levou à construção de 125 mil quartos de hotel, por exemplo”, explicou Hale.

“Depois se multiplicou por outros países, como a França, em Paris (Disneyland e Walt Disney estúdio Paris), a Eurodisney em 1992, com 16 milhões de visitantes em 2016”, disse Greg.

Disneyland mundo afora

O vice-presidente da Disney, explanou a multiplicação dos parques da Walt Disney e o motivo da escolha dos países para o investimento.

Os Emirados Árabes: “começou do nada num deserto e continua a crescer. Em 1971 não era nada além de um deserto. Em 1960 eram 92 mil habitantes e hoje são 9,2 milhões de habitantes. Hoje os Emirados Árabes contam com 13 parques turísticos. Para o ano de 2022, há projeção de mais cinco parques”, explicou.

Na Índia “estão projetando 2,5 bilhões em investimentos em parques de diversões, nos próximos cinco anos. Construíram uma das mais incríveis montanhas russas do mundo. Não têm muitos parques, mas têm muitas atrações históricas e culturais, como o Taj Mahal, que atrai milhares de turistas ao ano”.

Malásia e Cingapura também foram citadas como negócios propícios: “Tiveram a visão de criar hotéis, resorts, com um desenvolvimento incrível. Como exemplo, Cingapura, que de 1960 a 2016, passou de 597 mil para 16 milhões de visitantes ao ano”.

Outro país que está começando a virar atração é o Vietnã. O país já tem uma beleza natural, que serve de atração. Em termos de visitantes, dados mostram o aumento de 1.300 mil, em 1995, para milhões em 2016.

A Coreia do Sul conta com três parques como principais atrações, que geram cerca de 17 milhões de visitas por ano. E a China já tem atrações histórias e culturais, o que acaba atraindo turistas, fator positivo. O país conta com três – um parque temático, e dois hotéis temáticos Shangai Disney resort. “Sua pretensão é alta. Até 2020 projetam a construção de mais 50 parques”.

Por fim, Hale exemplificou o Japão, onde já foi construído um parque temático do Harry Potter.

Ele deu preciosas dicas aos empresários do ramo turístico: “parques têm que ser continuamente inovados, modificados, não só construídos, têm que ser atrativos”.

E alertou: O mais importante nessa indústria é a segurança (tecnológica, treinamento, procedimentos, etc) ”.

Ao finalizar, o vice-presidente do Walt Disney World declarou em tom de incentivo: “O Brasil tem todos os elementos para ser atrativo e investir em parques temáticos. São pessoas que gostam de se divertir, têm uma natureza e um povo incrível. Mas por que isso não acontece no Brasil e na América Latina?”

O turismo no Brasil – Dificuldades atuais

Diante da pergunta provocante do presidente da IAAPA, coube a Alain Baldacci, presidente do Sindepat, a resposta.

A falta de incentivos do governo foi o primeiro empecilho apontado. “Nós temos problemas para investir. O retorno financeiro não se dá rápido. E nós não temos essa cultura de esperar”.

Alain também lembrou de outras dificuldades que atravancam o desenvolvimento do setor. “Já há também a dificuldade financeira na questão das inovações, modernização. E, além disso, temos o problema da qualificação dos funcionários.

Segundo ele, a energia elétrica pesa demais, nossa carga tributária é altíssima e nesse setor é mais alta ainda.

Questão cultural: “O povo brasileiro carrega a mentalidade do passado, de que a cultura e diversão é supérfluo. Então por que investir nesse nicho? ”

Em suma, tudo isso somado aos nossos custos trabalhistas e insegurança jurídica, seriam os grandes responsáveis pelas dificuldades para o investidor estrangeiro.

“O produto é caro, a logística é cara (do maquinário por exemplo), frete caro, imposto de importação, ICMS, Pis, Cofins”, afirmou Alain.

E alertou: “Precisamos de criar uma política permanente junto ao Mtur”. Há uma questão política a ser trabalhada, “equipamentos para parque temáticos são considerados na política brasileira como bens de consumo e não como bens de capital”, o que onera ainda mais o empresário.

Além disso, conforme Alain, há falta de linhas de financiamento adequadas ao perfil do nosso negócio, que deveriam ser adaptadas. Sem contar com problemas enfrentados com leis do meio ambiente.

Combate a gargalos para dinamizar os parques temáticos no Brasil

O combate a gargalos para dinamizar os parques temáticos no Brasil foi tema abordado pelos palestrantes, a fim de contornar o atual momento vivido pelo setor turístico.

Diretor do Sindepat, Murilo Pascoal - gerente do Beach Park -, falou da importância da separação dos distritos de turismo para a realização de um projeto passível de sucesso.

“Se fizéssemos uma divisão pontual: parques temáticos; regiões de marinas; Beach Park; Amazônia, Foz do Iguaçu, entre outros, para trabalharmos caso a caso, talvez consigamos obter mais sucesso”, declarou Pascoal.

Rogério Siqueira, diretor do Beto Carrero World, disse da importância dos parques temáticos para o mundo. Segundo ele além ajudar a economia do país e criar empregos, diverte a todos, “O Beto Carrero é um orgulho para nós”.

Alain falou sobre as expectativas do empresário diante da não evolução dos parques. “Faltam investimentos em renovação e equipamentos”. Segundo lembrou, em 1994 houve um estímulo de ex-tarifário, que “durou apenas dois anos, mas foi o suficiente para a criação de três parques da Mônica, Wet’n Wild e Beach Park”.

“Ou seja, bastam alíquotas mais baixas para que os investimentos surjam. Se essa janela não tivesse sido fechada em 1996, já estaríamos muito à frente e não estacionados. Assim é nossa realidade, com incentivos ficais os resultados aparecem de imediato”, finalizou.

Homenagens - Placas de agradecimento

Alain Baldacci, presidente no Brasil da Wet’n Wild e presidente do Sindepat, homenageou com a entrega de “placa de agradecimento” o ministro do turismo; o presidente da Associação Internacional de Parques de Diversões e Atrações, Greg Hale; e o diretor do Sindepat, Murilo Pascoal (do Beach Park)

Também estiveram presente o presidente da Embratur, Vinícius Lummertz, deputados, empresários do ramo, entre outros.