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Dilma dedica último dia nos EUA ao programa Ciência sem Fronteiras 

Presidente brasileira faz palestras em duas universidades e pretende aumentar cooperação científica

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No segundo e último dia de visita aos Estados Unidos, a presidente Dilma Rousseff faz hoje (10) palestras em Boston, nas universidades de Massachussetts e Harvard. As duas instituições têm mulheres no  comando. A presidente aproveitará a oportunidade para assinar acordos inseridos no programa Ciência sem Fronteiras – que pretende enviar 100 mil pesquisadores brasileiros para o exterior até 2014, a maioria para instituições norte-americanas.

Em seus discursos, Dilma defende a troca de experiências entre pesquisadores. O governo brasileiro quer aumentar a cooperação científica com os Estados Unidos e fazer com que um quinto dos cientistas inscritos como bolsistas do programa Ciência sem Fronteiras faça intercâmbio em universidades e empresas norte-americanas.

No mês passado, ao visitar a Índia, a presidente elogiou as instituições do país, destacando os avanços nas pesquisas de tecnologia de ponta e produtos farmacêuticos. A ideia é enviar 100 mil  pesquisadores, em quatro anos, para diversos países: 20 mil só para os Estados Unidos.

O governo promete custear 75 mil bolsas e espera que a iniciativa privada viabilize outras 25 mil. O programa inclui desde bolsas sanduíche de graduação até pós-doutorados em 18 áreas de tecnologia, engenharia, biomedicina e biodiversidade.

Na visita aos Estados Unidos, a presidente está acompanhada pelo ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp , o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Glaucius Oliva, e o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Glauco Arbix.

Oliva deverá assinar acordos de intercâmbio científico entre o CNPq e dez universidades norte-americanas. Arbix participará do painel Pesquisa, Inovação e Mercado de Trabalho, no seminário Brasil-EUA: Parcerias para o Século 21, na Câmara de Comércio Americana, em Washington.

Dilma será homenageada hoje pelo governador de Massachussetts, Deval Patrick, com um almoço. Na Universidade de Massachusetts, a presidente conhecerá um laboratório de inovação e participará de mesa-redonda com a comunidade acadêmica e científica.

Em Harvard, Dilma fará discurso na Kennedy School of Government e terá uma reunião com a reitora da Universidade de Harvard, Drew Faust. Nos Estados Unidos, o reitor da universidade é chamado de presidente. Em Harvard, Dilma tem um encontro com bolsistas brasileiros.

Dos 800 bolsistas do Ciência sem Fronteiras nos Estados Unidos, 31 estudam em oito universidades, entre elas Massachusetts, John Hopkins, Stanford e New York University. Pela agenda oficial, a presidente Dilma deverá deixar Boston por volta das 23h com destino ao Brasil. A previsão é que ela chegue amanhã (11) de manhã.


Dilma volta a reclamar da desvalorização de moedas em encontro com Obama

Ao se encontrar ontem com o presidente dos Estados Unidos Barack Obama, a presidente Dilma Rousseff criticou a política de expansão monetária adotada pelos países desenvolvidos com o objetivo de sair da crise que abalou a economia internacional. Dilma disse que essas políticas provocam desvalorização das moedas, entre elas o dólar, e acabam dificultando o desenvolvimento econômico dos países emergentes. A dirigente já usou o termo "tsunami monetário" como metáfora para a situação que o Brasil enfrenta.

“Manifestamos ao presidente Obama a preocupação do Brasil com a expansão monetária, sem que os países com superávits equilibrem essa expansão monetária com políticas fiscais baseadas na expansão dos investimentos. Essas políticas monetárias solitárias, no que se refere a políticas fiscais, levam à desvalorização das moedas dos países desenvolvidos, levando ao comprometimento dos países emergentes”, disse a presidente, em declaração conjunta com o presidente Obama.

A presidente ainda ressaltou que, em médio prazo, o crescimento da economia norte-americana terá mais efeitos positivos para economia  mundial que o peso das economias dos países que fazem parte do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. “Os países do Brics respondem hoje por uma parte muito expressiva do crescimento econômico, mas é importante perceber que a retomada do crescimento, num horizonte de médio prazo, passa também pela retomada expressiva da economia norte-americana”, disse Dilma.

“Consideramos que o papel dos Estados Unidos, nessa conjuntura e nesse mundo multilateral que vem surgindo, é muito importante. A grande flexibilidade da economia norte-americana, a liderança na área de ciência e tecnologia e inovação, e, ao mesmo tempo, as forças democráticas que fundam a  nação americana tornam (o país) importante na contenção da crise e na retomada da prosperidade”, destacou.