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'Clarín': Justiça aponta para bancos em caso de corrupção na Petrobras

Antonio Palocci, ex-ministro das Finanças de Lula, negocia depoimento no tribunal

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Matéria publicada nesta quarta-feira (19) pelo jornal argentino Clarín fala sobre a nova fase da Operação Lava Jato, que mira no setor de bancos. O foco é o sistema financeiro brasileiro.

Segundo a reportagem os dados que confirmam estes pressupostos veem do ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, um homem de grande influência durante o primeiro governo de Lula da Silva. Ele está preso desde setembro do ano passado, e negociou sua delação premiada com o Juiz Sergio Moro.

Em uma reunião em Curitiba com a força-tarefa que investiga o escândalo de propinas na Petrobras, o ex-funcionário disse que pode falar longamente, da corrupção em torno do sistema financeiro local, mais precisamente nos bancos, descreve o Clarín.

O diário lembra que Palocci foi preso após ser acusado de receber propina para agir em nome da empresa de construção Odebrecht, durante um período que durou de 2006 a 2013. Com  acusações dos 78 ex-executivos do grupo, fica desnecessária qualquer história sobre corrupção na Petrobras. Em vez disso, o setor bancário local pode dar ao ex-ministro das Finanças da PT uma base perfeita para receber os benefícios da delação e sair da prisão. Os advogados de Palocci pediram ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que não é o Tribunal, um pedido de liberação do política. 

O noticiário acrescenta que os ex-advogados do ministro não acreditam que ele será solto em breve, inclusive porque existem novas revelações da construção brasileira envolvendo seu nome. 

A colaboração com o MPF é vista por especialistas como mais vantajosa, já que nela pena e multa são determinadas na negociação. Porém, dividir as tratativas com outro órgão pode ajudar a reduzir a pressão dos procuradores sobre o potencial delator. Um delegado chegou a procurar o juiz Sergio Moro para informar que Palocci queria negociar com a PF, mas o magistrado disse que era preciso incluir o MPF. 

Neste mês, de acordo com o Clarín, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, negou liberdade provisória a Palocci. Outro ponto que pesou para Palocci decidir tentar a delação é a negociação de seu ex-assessor, Branislav Kontic com investigadores. Os dois foram presos no ano passado, mas Kontic deixou a prisão após dois meses por decisão da Justiça. Palocci é réu por corrupção e lavagem em um processo conduzido por Moro. Há, no entanto, outras ações que miram Palocci, como a que investiga sua atuação na compra de terreno que abrigaria o Instituto Lula. A primeira opção do ex-ministro para conduzir sua delação era o advogado Marlus Arns, que fechou o acordo do ex-vice-presidente da Camargo Corrêa Eduardo Leite. O criminalista, porém, declinou do caso por questões financeiras. Arns argumentou que já atende o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está com os bens bloqueados, e que não poderia ter outro cliente sem o advogado Roberto Batochio, que além de Palocci defende o ex-ministro Guido Mantega e o ex-presidente Lula, disse que deixará o caso se o cliente tomar a decisão de firmar acordo de delação.

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