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Ocupação no Alemão: autoridades destacam redução da criminalidade

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A cúpula da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro fez, nesta segunda, um balanço dos trabalhos nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte, um ano após a tomada das favelas. No encontro, as autoridades destacaram a redução dos índices de criminalidade na região e afirmaram que, apesar de alguns incidentes terem sido registrados, os resultados podem ser considerado animadores. A previsão é de que os militares deixem o complexo em junho do ano que vem. Em março, o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e o Batalhão de Choque realizarão uma varredura na área com o objetivo de preparar as comunidades para a instalação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

Participaram do evento, realizado na sede da Força de Pacificação, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, a chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha, o comandante-geral da PM, coronel Erir Costa Filho, além do chefe do Comando Militar do Leste, general Adriano Pereira Junior e do comandante da Força de Pacificação, general Rêgo Barros.

"É preciso entender que trata-se de uma área abandonada há décadas. Conflitos podem ocorrer eventualmente. Os locais de venda drogas são itinerantes e, quando nos deparamos com algum criminoso armado, pode haver o enfrentamento. O importante é a população não ser afetada", disse o general Adriano Pereira Junior, em referência a episódios como o da troca de tiro entre traficantes e soldados no início de novembro. 

O general disse ainda que as denúncias de abusos cometidos por militares à população não são significativas diante do tamanho da operação. Segundo ele, o Ministério Público Federal recebeu apenas quatro queixas no período, sendo que três foram analisadas e estão em processo de arquivamento. O Ministério Público Militar também teria sido procurado duas vezes e as denúncias igualmente arquivadas.

"Neste contexto, em que se trabalha com mais de 1.600 homens, não há nada que impeça casos de desvio de conduta. Mas é preciso deixar claro que cada episódio é investigado, e, se for o caso, os envolvidos são afastados e punidos", garantiu.

Ataque na Tijuca

A suspeita de que os quatro veículos incendiados na Tijuca, no último sábado, pudesse ser uma reação de bandidos ao aumento no número de áreas pacificadas na cidade foi rechaçada. Segundo a delegada Martha Rocha, embora as investigações ainda se encontrem em estágio inicial, já é possível afirmar que trata-se de um fato isolado.

"Podemos dizer, com certeza absoluta, que não há nenhuma relação com as UPPs", disse a delegada, que foi complementada pelo secretário José Mariano Beltrame: "Não serão ações como essa que farão com que arredemos sequer um centímetro dos nossos objetivos".