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Em artigo, Crivella traça "a realidade do Rio"

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O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, traça, em artigo publicado neste sábado (4), no O Globo, um panorama sobre a economia do município. Intitulado A realidade do Rio, o texto traz números que revelam problemas na arrecadação e nos gastos, mas destaca: "A crise é grande, mas não é maior, e nunca será, que a disposição inegociável de superá-la custe o que custar."

Crivella lembra que recebeu a prefeitura com R$ 790 milhões em caixa, recursos do Tesouro. "Mas as obrigações somavam R$ 1,1 bilhão. O ano de 2016 nos deixou, portanto, um déficit de mais de R$ 300 milhões."

Ainda segundo o prefeito, em 2017, "o explosivo aumento do custeio, dos encargos da dívida e da folha de pessoal levaram as despesas a R$ 29,5 bilhões. A previsão de receita é de R$ 26,3 bilhões. O déficit é de R$ 3,2 bilhões."

Crivella reforça que encontrou 132.541 solicitações pendentes na Saúde, sendo 47.533 cirurgias. "E houve um aumento de 38% na demanda nos hospitais do município devido à crise do estado. Assim, outra coisa não me cabia, senão cortar despesas, tentar aumentar a arrecadação e negociar o pagamento dos empréstimos."

O prefeito lembra ainda dos cortes que fez no primeiro dia de governo. "Mas, ainda assim, a folha de pagamento de janeiro de 2017, comparada à de dezembro de 2016, cresceu 0,04% devido a aumentos concedidos antecipadamente."

Crivella destaca ainda a necessidade de aumentar a arrecadação: "É preciso arrecadar mais. Dos 1,9 milhão de imóveis cadastrados, 1,1 milhão não pagam IPTU. É urgente rever isso, como também negociar o ISS, considerando a possibilidade de receber parte da dívida em serviços, como por exemplo em consulta, exame e cirurgia dos planos de saúde." E sintetiza: "É tempo de fazer mais com menos."

"Mas não terei nenhum problema para explicar à opinião pública as dificuldades do governo. A população entende que governar é muitas vezes contrariar interesses quando eles se sobrepõem ao do coletivo", afirma no artigo o prefeito, acrescentando: "Só lembro que, via de regra, os inconformados se utilizam da injúria, da calúnia e da difamação. Peço a todos compreensão e paciência."

O prefeito afirma ainda que "não se pode colocar em risco as finanças da cidade, das quais dependem 197 mil famílias de servidores, aposentados e quem precisa de serviços públicos de qualidade."

E conclui: "E claro que nem tudo no nosso passado são equívocos, nem tudo no futuro são incertezas. Estamos preparando diversas parcerias com a iniciativa privada que vão gerar milhares de empregos. Em breve, faremos um grande programa de regularização fundiária. Estamos também colocando para funcionar todas as clínicas da família e vamos cuidar de cada escola antes de construir novas unidades."

"A crise é grande, mas não é maior, e nunca será, que a disposição inegociável de superá-la custe o que custar."

>> Veja o artigo na íntegra