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Odebrecht gastou R$ 120 milhões com Cabral e Pezão, diz delator

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O ex-diretor da Odebrecht Benedicto Júnior afirmou, em sua delação, que a empreiteira gastou em torno de R$ 120 milhões com Sérgio Cabral (PMDB) e com o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), entre caixa dois e propinas pagas. 

Segundo Benedicto, em troca, a companhia adquiriu contratos como o PAC das Favelas no Complexo do Alemão, o Arco Metropolitano, a Linha 4 do metrô, a reforma do Maracanã e outras obras que ele classificou como “projetos menores”. 

O delator conta que conheceu Cabral em 2006 e já naquele ano, R$ 3 milhões foram pagos, via caixa dois, em uma operação comandada pelo ex-secretário de Governo Wilson Carlos. Os repasses aconteciam sempre em dinheiro vivo, por meio do doleiro Álvaro Novis. E no sistema usado para o pagamento de propina, o ex-governador era identificado como "Proximus".

De acordo com o delator, a conta, acertada em uma reunião no Palácio Guanabara, soma em R$ 94 milhões gastos com Sergio Cabral, incluindo uma mesada de R$ 1 milhão paga durante o ano de 2007, para cobrir dívidas da campanha. O ex-presidente da Construtora afirmou ainda que a Odebrecht pagou, também via caixa dois, R$ 20,3 milhões na campanha de Pezão em 2014. Porém, a prestação de contas apresentada pelo governo ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não apresenta doações da empresa. 

Benedicto afirma ainda que a empresa teria pago € 1 milhão a Renato Pereira, marqueteiro de Pezão em 2014, a pedido de Cabral. Ele identificou os repasses para a campanha relacionada ao contrato da linha 4 do metrô, e acrescentou que os pagamentos a campanha do governador aconteceram também a pedido de Cabral.