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Evento gratuito no Arquivo Nacional marca os 130 anos da Abolição da Escravatura

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Domingo que vem marca os 130 anos da Abolição da Escravatura no Brasil. Promulgada em 13 de maio de 1888, a Lei Áurea encerrou quase 400 anos de escravagismo no país, mas a história, de lá para cá, mostrou que a luta pelo fim do preconceito e da desigualdade social contra a população negra brasileira, apesar dos avanços, ainda está longe de terminar e os ideais perseguidos pelos integrantes do Movimento Liberal Abolicionista daquela época ainda parecem atuais nos dias de hoje. 

A canetada de Princesa Isabel representou um alívio, mas não o término do martírio do povo negro, que permaneceu excluído de diversos direitos, como o acesso ao trabalho, à educação e à moradia. Para celebrar e trazer reflexões à data, o Arquivo Nacional recebe, de hoje a sábado, um evento gratuito na sede da instituição, no Centro do Rio (Praça da República, nº 173, em frente ao Campo de Santana). 

Uma das atrações é uma exposição com 40 itens do acervo do período da escravidão. Entre eles, os documentos originais da Lei Áurea e da Lei do Ventre Livre, fundamentais no processo de abolição da escravatura, que começou pela Lei Eusébio de Queirós, de 1850, que proibiu a entrada de africanos escravizados no Brasil; passou pela Lei do Ventre Livre, de 1871, que concedeu a alforria às crianças nascidas de mulheres escravizadas no Império; avançou com a Lei dos Sexagenários, de 1885, que libertava os escravos a partir da idade de 60 anos; e culminou com a Lei Áurea, de 1888, que extinguiu a escravidão no Brasil. A programação inclui o Seminário sobre o Pós-Abolição, com curadoria da pós-doutora Helena Theodoro, que terá entre os palestrantes  o ex-ministro da Cultura de Cabo Verde, o músico Mário Lúcio, que discutirá perspectivas políticas, econômicas e sociais das comunidades negras na contemporaneidade.

 Foi organizada, também, uma mostra de cinema em homenagem ao cineasta Nelson Pereira dos Santos, cujos originais dos filmes estão guardados no Arquivo Nacional, além de versões da Feira Crespa e da Feira das Yabás de Madureira. Diversos shows estão programados para a semana, sempre a partir das 18h30. Entre as atrações, destacam-se o Cordão da Bola Preta; uma roda de choro com Silvério Pontes e Choro na Rua; o Afoxé Filhos de Gandhi; o Bloco Afro Lemi Ayó; o Jongo de Pinheiral; a Companhia de Aruanda; e uma roda de samba com Marquinhos de Oswaldo Cruz, Tia Surica da Portela e Pretinho da Serrinha.

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA

Terça-feira

10h: Abertura da mostra ‘‘130 anos da Abolição da Escravatura”, com a exposição de 40 documentos do período da escravidão, incluindo os documentos originais da Lei Áurea e da Lei do Ventre Livre.

11h: Abertura do Seminário sobre Pós-Abolição: 130 anos depois da Lei Áurea. O pós-doutor Jorge da Silva, autor do livro “120 anos de Abolição”; a pós-doutora Lucimar Felisberto dos Santos (UFRJ), especialista em escravidão urbana; o doutor Carlos Eugenio Libano Soares (UFRR), especialista em Valongo e escravidão urbana; e o doutorando Ivanir dos Santos debatem na mesa de abertura a memória e o legado das resistências negras, abordando aspectos do Cais do Valongo, dos quilombos do Rio de Janeiro e do Cemitério dos Pretos Novos.

14h: Debate “Movimentos negros – ativismo feminino”, com a doutoranda Wania Santana (UFRJ); Lucia Xavier (Criola); Neusa de Souza Pereira (Casa das Pretas); e Ruth Pinheiro (CADON).

15h30: Debate "Associativismo negro no pós-abolição e movimentos negros”, com a doutora Joselina da Silva; o doutorando Robson Martins; o doutor Petronio Domingues; e Nanci Rosa,diretora cultural do Renascença Clube.

17h: Debate “15 anos da Lei n° 10.639: desa?os e perspectivas interdisciplinares para uma educação afro-brasileira no Brasil”, com o mestre Ele Semog (UFRJ); a doutora Iamara Viana (PUC); a mestra Sandra Martins (UFRJ); o doutor Renato Noguera (UFRRJ.)

Exposição das bonecas africanas “Ahosis”, do Instituto Onikojá. Trabalho realizado pelas artesãs idosas assistidas pela Casa da Matriz Africana Humpame Kuban Bewa Lemin.

18h30: Show do Afoxé Filhos de Gandhi e do Rio Maracatu. 

Quarta-feira

14h: Debate “Os processos de resistência dos grupos religiosos de matrizes africanas no Brasil no combate à intolerância religiosa e promoção do diálogo interreligioso”, 

com a doutoranda Carolina Rocha Silva; a pós- doutora Helena Theodoro; a mestranda Lavini Beatriz Vieira de Castro (CEFET); e o doutorando Ivanir dos Santos (UFRJ).

15h30: Debate “Perspectivas políticas, econômicas e sociais das comunidades negras na contemporaneidade, com a doutora Maria Alice Rezende (UERJ); a doutora Claudia Miranda (UNIRIO); o doutor José Jorge Siqueira (UFRJ).

17h: Debate “Negros no mercado de trabalho: ainda existe a subalternidade e a invisibilidade?”, com o doutor Amauri Mendes Pereira (UFRRJ); o doutor Geraldo Rocha - (UNIGRANRIO); Giovanni Harvey, responsável pela primeira incubadora afro-brasileira; e a doutoranda Lia Vieira, empresária e escritora.

18h30: Show - Bloco Afro Lemi Ayó e Rio Maracatu. 

Quinta-feira

14h às 18h: Mostra afro-brasileira de cinema (Tributo a Nelson Pereira dos Santos): “Rio Zona Norte”, às 14h; “Amuleto de Ogum”, às 16h.

18h30: Apresentação do Grupo de Capoeira Angola Ypiranga de Pastinha e Duelo do Passinho, organização por Cebolinha do Passinho, a partir das 19h.

19h30: Show da bateria da Portela. 

Sexta-feira

14h às 18h: Mostra afro-brasileira de cinema (Tributo a Nelson Pereira dos Santos): “Artistas de ‘Orfeu no Carnaval’” , da TV Tupi; sonora com o artista Grande Otelo; Íris de Mar com o artista Grande Otelo; Candeia e seus parceiros reunidos falando sobre o Quilombo, da TV Educativa; entrevista de Clementina de Jesus; Dona Ivone Lara cantando na Concha Acústica da UERJem 1977;  Zé Keti cantando no show Seis e Meia, em 1977; torneio de Partideiros, em 1976; depoimentos e entrevista com Cartola, em 1978; show e entrevista com Paulo Moura, na Agência Nacional; Comemoração 50 anos de carreira do ?autista Copinha, no Teatro João Caetano, em 1975; “Moreira da Silva”, de Ivan Cardoso; “Heitor dos Prazeres”, de Antonio Carlos da Fontoura.

18h30: Aula magna com Mário Lúcio (cantor, compositor, escritor e ex-ministro da cultura de Cabo Verde).

19h30: Jongo de Pinheiral e Companhia de Aruanda.

20h: Roda de choro com Silvério Pontes e Choro na Rua. 

Sábado 

12h:  Show do Afoxé Filhos de Gandhi. 12h30:  Apresentação do Grupo de Capoeira Angola Ypiranga de Pastinha. 13h45:  Homenagem aos Mestres da Cultura Afro-brasileira. 14h:  Banda Bumoko (Congo-Angola). 14h30:  Bloco Afro Lemi Ayó. 15h:  Companhia de Aruanda. 15h30: Jongo de Pinheiral. 16h: O?cina Afrofunk Rio. 17h:  Cordão da Bola Preta. 17h30: Roda de samba com Marquinhos de Oswaldo Cruz e participações especiais de Tia Surica e Pretinho da Serrinha. 12h às 18h30:  Feira das Yabás, Feira Crespa e feira de livros da Editora Mal