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Jornada de Oração pelo Clero

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Na sexta-feira, dia 23 de junho de 2017, temos a graça de celebrarmos a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus. A espiritualidade do Sagrado Coração de Jesus, nos faz adentrar ainda mais no mistério D’aquele que possui um coração puro, humilde e que se compadece da fragilidade humana.

Para este dia todo especial, fomos chamados rezar pela santificação do nosso clero: para que Deus nos dê a graça de sempre amar o Senhor com total disponibilidade. Em nossa arquidiocese, esse dia em que o povo é chamado a esse clima de oração, é precedido por uma manhã especial em que o mesmo clero reza e reflete sobre esse grande chamado à santidade. Em todas as épocas a Igreja, através do magistério recordou a importância do sacerdócio ministerial. Recordo os mais recentes Pontífices.

O primeiro é São João XXIII. O Fragmento que cito abaixo e da Encíclica sobre o Centenário de morte do Cura de Ars: “Falar de São João Maria Vianney‚ evocar a figura de um padre excepcionalmente mortificado que, por amor de Deus e pela conversão dos pecadores, se privava de alimento e sono, se impunha rudes penitências e, sobretudo, levava a renúncia de si mesmo a um grau heróico. Se é certo que comumente não é pedido a todos os féis que sigam este caminho, a divina Providência dispôs que nunca faltem no mundo pastores de almas que, levados pelo Espírito Santo, não hesitem em encaminhar-se por estas vias, porque tais homens operam com este exemplo o regresso de muitos, que se convertem da sedução dos erros e dos vícios para o bom caminho e a prática da vida cristã! A todos, o exemplo admirável de renúncia do cura de Ars, "severo para consigo e bondoso para com os outros", lembra de forma eloquente e urgente o lugar primordial da ascese na vida sacerdotal. (Retirado da Carta: Sacerdotii Nostri primordia. N. 10. Retirado do site: https://w2.vatican.va/content/john-xxiii/pt/encyclicals/documents/hf_j-xxiii_enc_19590801_sacerdotii.html, último acesso em 10 de junho de 2017).               

São João Paulo II, dizia: “A vocação não é realidade estática: possui uma dinâmica própria. Queridos Irmãos no sacerdócio, nós confirmamos e realizamos cada vez mais a nossa vocação, na medida em que vivemos fielmente o “mysterium” da aliança de Deus com o homem e, de modo particular, o “mysterium” da Eucaristia; realizamos a vocação, na medida em que, com crescente intensidade, amamos o sacerdócio e o ministério sacerdotal, que somos chamados a desempenhar. Descobrimos então que é no ser sacerdotes que nos “realizamos” a nós mesmos, corroborando a autenticidade da nossa vocação, segundo o desígnio singular e eterno de Deus para cada um de nós. Este projeto divino concretiza-se na medida em que é reconhecido e assumido por nós, como nosso projeto e programa de vida”. (Carta aos Sacerdotes de João Paulo II, 1996. Retirado do site:  https://w2.vatican.va/content/john-xxiii/pt/encyclicals/documents/hf_j-xxiii_enc_19590801_sacerdotii.html. Último acesso: 10/06/2017).

O Papa Bento XVI, disse: “se é verdade que o convite de Jesus a “permanecer em seu amor” (cf. João 15, 9) se dirige a todo batizado, na festa do Sagrado Coração de Jesus, Dia de Santificação Sacerdotal, este convite ressoa com maior força para nós, sacerdotes, em particular nesta tarde, solene início do Ano Sacerdotal, que convoquei por ocasião do 150º aniversário da morte do Santo Cura de Ars. Vem-me imediatamente à mente uma bela e comovedora afirmação, referida no Catecismo da Igreja Católica: “O sacerdócio é o amor do Coração de Jesus” (n. 1589). Como não recordar com comoção que diretamente desse Coração manou o dom do nosso ministério sacerdotal? Como esquecer que nós, presbíteros, fomos consagrados para servir, humilde e autorizadamente, ao sacerdócio comum dos fiéis? Nossa missão é indispensável para a Igreja e para o mundo, que exige fidelidade plena a Cristo e uma incessante união com Ele; isto é, exige que busquemos constantemente a santidade, como fez São João Maria Vianney. Na carta que vos dirigi por ocasião deste ano jubilar especial, queridos sacerdotes, eu quis sublinhar alguns aspectos que qualificam nosso ministério, fazendo referência ao exemplo e ao ensinamento do Santo Cura de Ars, modelo e protetor de todos os sacerdotes, em particular dos párocos. Espero que este meu texto vos sirva de ajuda e estímulo para fazer deste ano uma ocasião propícia para crescer na intimidade com Jesus, que conta conosco, seus ministros, para difundir e consolidar seu Reino, para difundir seu amor, sua verdade. E, portanto, “a exemplo do Santo Cura de Ars, deixai-vos conquistar por Ele e sereis, também vós, no mundo de hoje, mensageiros de esperança, reconciliação e paz”. (Homilia do Papa Bento XVI na abertura do Ano Sacerdotal. Retirado do site de: https://www.presbiteros.com.br/site/homilia-do-papa-bento-xvi-na-abertura-do-ano-sacerdotal/ . Último acesso: 10/06/2017).

O Papa Francisco tem se referido muito à santidade do clero, e disse em um discurso: Reiterando a importância da formação humana, o Pontífice afirmou que um padre em paz consigo mesmo saberá “difundir serenidade” até mesmo nos momentos mais difíceis, “transmitindo a beleza do encontro com o Senhor”. “Não é normal que um padre seja frequentemente triste, nervoso ou duro de caráter; não está bem e não faz bem, nem ao padre, nem a seu povo. Nós, sacerdotes, somos apóstolos da alegria, anunciamos o Evangelho, a ‘boa nova’”, disse Francisco. (Retirado do site: httpss://noticias.cancaonova.com/mundo/papa-francisco-sacerdotes-sao-apostolos-da-alegria/ Último acesso: 10/06/2017).

Na arquidiocese do Rio de Janeiro, publicamos um texto de uma hora santa para que em todas as comunidades se reze nessa intenção. Porém, convido para que o façam não apenas nesta ocasião, mas, sempre. Aqui vai meu incentivo para que rezem sempre pelo clero. Precisamos de muitas orações e a oração é o nosso sustendo. Rezemos para que o Senhor nos de a graça de sempre amá-Lo e servi-Lo com todo ardor. Rezemos pelas vocações sacerdotais em nossa Arquidiocese. Para que o Senhor, dono da messe, envie inúmeras e santas vocações para o serviço da santificação do povo santo de Deus!

* Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist., Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ